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Custo da pecuária de corte subiu 17,2% em um ano

Neste mesmo período, o boi gordo subiu 3,3% e o bezerro 16% em São Paulo

Fonte: Renata Sirtoli/Canal Rural

O custo de produção da pecuária de corte teve alta de 17,2% nos últimos doze meses, até dezembro, de acordo com a Scot Consultoria. Neste mesmo período, o boi gordo subiu 3,3% e o bezerro 16,0% em São Paulo.

A Scot informou ainda que o custo de produção da pecuária de corte subiu 17,2% nos últimos 12 meses, até dezembro. O aumento supera a inflação medida pelo IGP-DI, que acumulou alta de 10,6% no mesmo período.

Dessa forma, 2015 terminou “com um cenário de encurtamento de margens, que deve se manter para 2016”, afirmou Aguiar. “Reforça-se a importância do planejamento e da gestão técnica e comercial do negócio para os próximos doze meses.”

Araçatuba

A arroba do boi gordo negociada em Araçatuba (SP), uma das principais praças de comercialização do país, fechou 2015 com cotação média de R$ 146,85 a prazo, segundo a Scot Consultoria. O valor supera em 15,5% o preço médio de 2014, que foi de R$ 127,12 a arroba a prazo.

A alta real pelo terceiro ano consecutivo ocorre por uma restrição da oferta. Conforme a consultoria, a queda na oferta de fêmeas foi um dos principais fatores responsáveis pela retração na disponibilidade geral de bovinos para abate. 

“O estímulo à retenção de vacas para reprodução por meio dos preços crescentes da reposição finalmente surtiu efeito. A participação das fêmeas no abate em 2015, nos três primeiros trimestres, ficou no menor nível dos últimos cinco anos”, explicou Gustavo Aguiar, zootecnista e consultor da Scot.

Abates

Dados coletados pela consultoria até 16 de dezembro passado mostram que os abates inspecionados totalizaram 22,92 milhões de cabaças, abaixo das 25,38 milhões de cabeças de 2014. Do total, quase 41% foram de fêmeas, contra mais de 43% no ano anterior. O porcentual é o mais baixo desde 2011, quando também ficou em torno de 41%.

O abate menor, porém, não deve se refletir em preços mais altos. “A julgar pela retração dos indicadores de consumo e de emprego e das projeções sombrias para a economia, não devemos ter um estímulo comprador tão cedo. Isso colabora com a resistência a altas reais de preços, mesmo com um cenário de abates enxutos, puxado pela redução da oferta de fêmeas, movimento que deve continuar”, disse Aguiar. 

“Neste contexto, uma alta nominal próxima à inflação, na comparação de médias anuais, nos parece um ótimo desempenho para o boi gordo” em 2016, acrescentou.

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