A pecuária é um dos setores que mais sofrem em períodos de escassez hídrica, o que afeta a produção de carne e leite. A falta de água reflete na diminuição da qualidade e quantidade de pastagem, redução das condições de bem-estar dos animais, dificuldade na manutenção das condições sanitárias de manejos, etc.
Para contornar a crise hídrica e realizar o melhor manejo e reaproveitamento da água na propriedade, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indica alternativas para promover a eficiência do uso hídrico no cotidiano através de práticas e tecnologias que conservem a água em quantidade e com qualidade.
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Muitas medidas têm baixo custo – ou até custo zero, já que envolvem apenas mudança de rotina e comportamento, como a raspagem do piso da sala de ordenha. Outras medidas envolvem, por exemplo, a substituição de mangueira de fluxo contínuo por modelo de fluxo controlado, manutenção do piso e programa de detecção de vazamentos.
A instalação de hidrômetros na propriedade para medir o consumo de água e de cisternas para captação da água da chuva são práticas que auxiliam para se conhecer os fluxos hídricos do sistema de produção e ter uma fonte alternativa de água, sustenta a Embrapa.
Sala de ordenha
O consumo de água na sala de ordenha é de alto volume, já que é necessário realizar a limpeza do piso e dos equipamentos utilizados durante o processo de ordenha. Contudo, para se evitar maior desperdício da água, pode-se ser realizado a raspagem do piso antes da limpeza. Deve-se manter o fluxo de água sob pressão, aumentando o desempenho durante a lavagem. Além disso, depois da lavagem, a água da sala de ordenha poderá ser reutilizada como fertilizante para a pastagem.
Pastagem
Uma nutrição correta, balanceada e bem formulada significa um consumo ajustado da água do bebedouro. Deve-se sempre avaliar a pastagem do rebanho, considerando o teor de sais minerais e proteínas na dieta animal, desta forma o gado irá consumir somente a quantidade de água que ele necessita.
Cisternas
A captação da água da chuva é uma das principais maneiras de economia hídrica. O pecuarista pode investir em sistemas de armazenamento de água, ganhando uma fonte alternativa de água na propriedade de forma simples e viável.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Julio Palhares, o futuro será hidricamente mais desafiador para produção animal brasileira. Por conta disso, o pecuarista deve agir de forma preventiva.
“O quão grande será esse desafio depende de nossas atitudes agora. Se internalizarmos o manejo hídrico em nossos sistemas de produção e promovermos a eficiência hídrica de nossos produtos, superaremos o desafio de forma tranquila”, conclui.
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