RAIO-X DA PECUÁRIA

Doenças respiratórias em bovinos preocupam pecuaristas na reta final do inverno

Entre os principais males que afetam os bovinos, destacam-se aquelas causadas por vírus como BVD, parainfluenza, IBR e coronavírus

Na reta final do inverno, as condições climáticas extremas, com noites geladas, dias quentes e muita secura no ar, têm se mostrado um desafio para a saúde tanto de seres humanos quanto de bovinos. A gangorra térmica é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias nos rebanhos, o que pode resultar em prejuízos significativos se não forem controladas adequadamente.

Em entrevista ao quadro “Raio-X da Pecuária“, Felipe Pivoto, médico veterinário e gerente técnico de bovinos da Vetoquinol, destacou a importância de os pecuaristas ficarem atentos aos sintomas das doenças respiratórias, que incluem letargia, dificuldade respiratória, secreções nasais e oculares, perda de apetite, tosse e febre. “É essencial identificar rapidamente os animais doentes e iniciar o tratamento imediato para evitar a disseminação dos agentes patogênicos pelo rebanho”, alertou Pivoto.

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Entre as principais doenças respiratórias que afetam os bovinos, destacam-se aquelas causadas por vírus como BVD, parainfluenza, IBR e coronavírus, além de infecções bacterianas como micoplasma e pasteurella. Pivoto também mencionou que doenças causadas por nematoides, embora menos frequentes, também podem comprometer a saúde respiratória dos animais.

Estudos recentes indicam que a prevalência dessas doenças é maior em animais jovens, especialmente entre dois e 12 meses de idade. Nos bovinos de leite, os bezerros de dois a três meses são os mais afetados, enquanto nos bovinos de corte, a desmama e o confinamento em áreas com maior proximidade entre os animais aumentam a incidência de doenças respiratórias.

Para o tratamento, Pivoto recomendou o uso de medicamentos como marbofloxacina e ácido tolfeno, que combinam ação antibiótica e anti-inflamatória para uma recuperação rápida. “Em alguns casos, vemos animais se recuperando em menos de 12 horas, retornando à ingestão de alimentos e retomando uma performance similar aos demais do rebanho”, afirmou.

No entanto, ele ressalta que, mesmo com um tratamento eficaz, as perdas de peso e desempenho podem ser inevitáveis após a manifestação da doença. “A prevenção e o manejo adequado são fundamentais para minimizar os impactos dessas doenças e proteger a produtividade do rebanho“, concluiu Pivoto.