Pecuária

Embargo da China à carne bovina brasileira será derrubado rapidamente, avalia consultor

Em entrevista ao Canal Rural, Carlos Cogo afirma que demais exportadores da proteína não teriam como suprir a demanda chinesa

Consultor em agronegócio, Carlos Cogo faz parte da lista de especialistas que acreditam que o embargo da China à carne brasileira será suspenso no curto prazo. Para esse desfecho comercial, ele pontua que outros mercados não teriam como suprir a demanda chinesa.

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“Os demais exportadores [de carne bovina], Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e aqui os vizinhos — Argentina, Paraguai e Uruguai — não teriam como suprir a lacuna deixada pelo Brasil”, disse Cogo ao participar da edição desta quinta-feira (2) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “Esse fator é decisivo e, provavelmente, vai ser determinante para que a China não prolongue o embargo”, continuou o consultor ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva.

“A cada três bois exportados pelo Brasil, dois vão para a China” — Carlos Cogo

Ao Canal Rural, Cogo lembrou que, ao menos até o momento, a expectativa é de que a China importe cerca de 1,5 milhão de toneladas de carne bovina produzida no Brasil em 2023. Dessa forma, o país asiático seguirá — disparado — como o principal destino do produto. “A cada três bois exportados pelo Brasil, dois vão para a China”, exemplificou.

À frente da consultoria Cogo – Inteligência em Mercado, Carlos Cogo mostrou, em gráfico, os números referentes aos principais destinos dos embarques da carne bovina brasileira em janeiro deste ano. No mês, o mercado chinês foi responsável pela compra de 99 mil toneladas, o equivalente de 62% do total exportado no período.

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Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

Embargo da China x queda no preço do boi

Apesar de projetar que o embargo será derrubado no curto prazo, Carlos Cogo observa, no entanto, que caso as importações por Pequim não sejam retomadas o quanto antes, os preços do boi no mercado nacional tendem a seguir em queda. Ele, explica, no entanto, que isso não é o único fator para o cenário comercial.

“A oferta cresceu e os preços estão declinando” — Carlos Cogo

“Ele [o embargo chinês] apenas aumenta mais a pressão negativa sobre os preços, mas é bom a gente sempre falar que essa queda já pé decorrente de um processo mais amplo, estrutural, de um ciclo positivo da pecuária brasileira”, afirmou Cogo. “Maior oferta de bezerros, maior oferta de fêmeas”, prosseguiu o entrevistado. “A oferta cresceu e os preços estão declinando”, complementou Cogo.

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Editado por: Anderson Scardoelli.

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