MS, entidades e JBS fazem acordo para aumentar qualidade da carne

Estratégia visa convencer pecuaristas a investir mais para enviar animais mais jovens ao abate

Fonte: Divulgação/Canal Rural

O governo de Mato Grosso do Sul, entidades da cadeia da carne bovina e a JBS firmaram um acordo nesta terça, dia 25, para elevar a qualidade da produção estadual, com o objetivo de atender melhor o consumo interno e externo.

Denominada Pacto Verde, a estratégia visa convencer pecuaristas a investir mais para enviar animais mais jovens ao abate e com um melhor acabamento de carcaça. O projeto prevê ainda uma pesquisa sobre o manejo ideal para a criação de gado no estado, estratégias logísticas para facilitar a comercialização e um monitoramento sanitário mais rigoroso.

A JBS é apoiadora da iniciativa, que está em linha com a sua estratégia de apostar em produtos de maior valor agregado para o consumidor final. A companhia tem investido em marcas nobres, como a Friboi, em busca de maior rentabilidade, mas depende dos produtores para garantir cortes bovinos de qualidade superior.

O presidente da JBS Carnes, Renato Costa, afirma que a companhia tem interesse especial em Mato Grosso do Sul “por conta das características do seu rebanho, que tem uma porcentagem muito grande de bois castrados”. Ao participar do Pacto Verde, o executivo acrescenta que a JBS está “confiando na demanda de consumidores mais exigentes, no que se refere à informação e à qualidade dos produtos”.

No projeto, a JBS se compromete a tipificar 100% abates realizados em Mato Grosso do Sul até o fim do ano. Isto é, a empresa vai realizar uma avaliação qualitativa de todas as carcaças bovinas obtidas. Costa afirma que, hoje, cerca de 83% dos abates da companhia no Estado são tipificados. O governo estadual também deve exigir que os demais frigoríficos analisem a qualidade dos animais, para reforçar a pressão sobre produtores.

A JBS também quer aumentar o número de pecuaristas bonificados no programa Farol da Qualidade. Neste projeto, a companhia paga R$ 2 a mais pela arroba dos pecuaristas que entregam animais em condições ideais (farol verde) e desconta R$ 3/arroba dos que ficam aquém das expectativas (farol vermelho). No farol amarelo, o preço pago ao produtor não sofre alteração.

– No farol verde abatemos animais de até três anos com uma gordura considerada uniforme. Um boi que não é exatamente o que o mercado deseja está acima de três anos e tem uma gordura escassa ou ausente – explica Costa.

A meta da JBS é elevar os abates “farol verde” para 50% do total, de 27% atualmente, até agosto de 2016. Ao mesmo tempo, a companhia quer reduzir o “farol vermelho” de 10% dos abates para apenas 3%. Caso elas sejam cumpridas, a JBS deve pagar até R$ 36,4 milhões em bônus aos pecuaristas nos 12 meses subsequentes, já subtraídos os descontos dos animais tipificados como inadequados.

Sustentabilidade

Por meio do Pacto Verde, o governo de Mato Grosso do Sul e entidades do setor também querem incentivar pecuaristas a aderirem ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), cumprindo o Código Florestal em vigor. Os estudos a respeito da cadeia produtiva também devem incentivar pecuaristas a aumentarem sua produtividade por hectare.

Também integram a iniciativa a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que está de olho em oportunidades para o comércio exterior, a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrisul), a Embrapa Gado de Corte e os produtores rurais do Novilho Precoce.