Com a recente derrocada no preço da arroba do boi gordo mato-grossense, devido a uma melhora na oferta e uma demanda interna ainda sem apresentar desenvolvimento significativo, o equivalente físico (indicador formado pelo dianteiro com osso, traseiro com osso e ponta de agulha) se viu na última semana com um valor médio acima do preço pago pela arroba do boi gordo no estado.
A alta foi de 2,51%, ficando cotado a R$ 129,33/@. Esta é a primeira vez que isto ocorre em 2016, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Tal acontecimento pode indicar uma melhora na margem de comercialização dos frigoríficos, dando, de certa forma, fôlego às indústrias, que amargaram um primeiro semestre de dificuldades, em virtude do fraco desempenho da venda de carne bovina no atacado e varejo. Apesar da chegada das festas de fim de ano, o ano de 2016 se mostra difícil e, provavelmente, as “ceias” não sejam tão fartas quanto nos últimos anos, indicando assim um consumo sem grandes melhoras.
Na análise semanal do Imea, o preço do boi gordo manteve alteração negativa. Na semana, a variação foi de 1,24%, chegando ao menor valor registrado desde janeiro em Mato Grosso, R$ 128,70/@. O preço do bezerro de ano também recuou 0,95%, o que, segundo analistas, foi causado pelo esfriamento dos negócios de reposição. A média fechou em R$ 1.156,94 por cabeça.
O diferencial de base SP-MT apresentou aumento de 1,17 p.p. na comparação semanal. O indicador está em 16,31%.
De olho no tempo
Daqui para a frente, as atenções se voltam para a chuva no estado de Mato Grosso, já que este é fator principal para a melhoria das pastagens e consequentemente, para a engorda de animais. Desde novembro, as precipitações têm colaborado com os pecuaristas, colocando-se como um dos períodos mais chuvosos da história.
O cenário deve estender-se também para dezembro, segundo relatório da Somar e análise do Imea. A expectativa é que quantidade de animais a pasto disponíveis aumente com mais vigor, movimentando assim o mercado do boi.