Exportação de carne bovina cai 12% em volume no acumulado do ano, diz Abrafrigo

Entidades acreditam que embarques voltarão a subir em 2016, com reabertura do mercado da Arábia Saudita, entrada nos EUA e crescimento das vendas para a China

Fonte: MPT-RS/Divulgação

As exportações brasileiras de carne bovina in natura e processada caíram 12% em volume no acumulado do ano até novembro, em relação ao mesmo período de 2014. O total embarcado em 2015 soma 1,23 milhão de toneladas, contra 1,4 milhão nos 11 primeiros meses do ano passado.

A receita cambial diminuiu 19%, com US$ 5,27 bilhões, em comparação com US$ 6,51 bilhões em 2014. Os dados são da Secex do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compiladas pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

No mês de novembro, a exportação de carne bovina caiu 8,45%, para 122.038 toneladas, em comparação com 133.295 toneladas no mês anterior. A receita cambial foi de US$ 518,2 milhões.
 
Em relação a novembro de 2014, no entanto, houve ganho: no ano passado foram exportadas 115.609 toneladas e, neste ano, 122.038 toneladas. Segundo a Abrafrigo, a desvalorização do real vem favorecendo amplamente o setor. Somente nas exportações de carne bovina in natura, que representa quase 80% dos negócios, o volume obtido em reais foi 14,4% superior ao do ano passado no mesmo período, alcançando R$ 14,07 bilhões. 

Até novembro, 62 países tiveram crescimento nas compras do produto brasileiro, enquanto 84 nações apresentam queda nas aquisições.
Entre os maiores importadores brasileiros, o destaque em 2015 é o crescimento significativo das vendas para o Egito (+ 27%) e para o Irã (+49%). No lado negativo, o destaque é a queda das importações de Hong Kong (-33%), explicada pelas compras que agora são diretas por parte da China; da Rússia (-45%); e da Venezuela (-40%). 

Os estados brasileiros que mais exportam em 2015, até novembro, são: São Paulo (311.229 toneladas); Mato Grosso (233.446 t); Goiás (185.899 t); Rondônia (120.809 t) e Mato Grosso do Sul (109.348 t).

Perspectivas

Conforme a Abrafrigo, o panorama de queda nas exportações deve mudar em 2016 com a reabertura de importantes mercados como Arábia Saudita e a entrada no mercado dos Estados Unidos, além do crescimento esperado para o mercado chinês. 

Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, no ano que vem o Brasil também poderá ocupar o espaço deixado pela Austrália no mercado global. Com essas perspectivas, os embarques de carne bovina brasileira cresceriam para 1,76 milhão de toneladas. Segundo Camardelli, as receitas geradas com as exportações vão crescer para US$ 7,5 bilhões, ante previsão de US$ 6 bilhões em 2015.