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Marfrig compra mais 31% da norte-americana National Beef

A companhia pagou o equivalente a R$ 3,5 bilhões pelas ações que eram da Jefferies Financial Group. Com isso, sua participação no capital social sobe para 81,73%

carne bovina marfrig
Foto: Pixabay

A Marfrig Global Foods aumentou sua participação no capital social da National Beef de 51% para 81,73%, por intermédio da subsidiária NBM US Holdings. De acordo com a companhia, a transação está sujeita aos consentimentos de praxe e deve ser concluída ainda neste trimestre.

Em fato relevante, a empresa informa que o acordo prevê a transferência para a NBM e demais acionistas minoritários de 5.395,17 ações representativas de 31,17% do capital votante e total da National Beef, detidas pela Jefferies Financial Group, que se retira da sociedade. Entre os demais acionistas, BPI ficará com 2,44%, USPB com 15,07% e Tim Klein com 0,76%.

O valor da transação, cerca de US$ 860 milhões (R$ 3,5 bilhões), será será pago à vista no fechamento sem prejuízo do pagamento à acionista Jefferies dos dividendos referentes ao ano de 2019 no valor aproximado de US$ 110 milhões (R$ 460 milhões).

Segundo a Marfrig, não haverá nenhuma alteração na atual administração da National Beef.

Expectativa

O CEO da Marfrig Global Foods, Eduardo Miron, calcula que a alavancagem – relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado – deve alcançar 2,87 vezes no quarto trimestre de 2019, após a aquisição de uma fatia adicional da National Beef.

A projeção supera o total de 2,43 vezes registrado no terceiro trimestre deste ano, mas “esse aumento de alavancagem será compensado pelo aumento na geração de fluxos de dividendos pela Marfrig”, afirmou o executivo em teleconferência para comentar a transação.

A expectativa da companhia é que a geração de dividendos avance, em linha com a melhora nas operações. “Nos Estados Unidos, há barreiras que limitam o crescimento na produção e, ao mesmo tempo, existe uma demanda forte por carne no mundo. Achamos que a questão China ainda não afetou de maneira direta o negócio de carne bovina, mas deixou margens melhores para o setor”, explica Miron.

O CEO das operação América do Norte, que inclui a National Beef, Tim Klein, acrescenta que um dos motivos que fez com que o Conselho de Administração achasse atrativo ampliar o negócio norte-americano foi o fluxo de dividendos. Há também a perspectiva de condições favoráveis para o rebanho norte-americano em 2020. Segundo o CEO da Marfrig, a National Beef mantém três plantas e capacidade de abate de 13,1 mil cabeças por dia.