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Marfrig e JBS começam a embarcar carne in natura para os Estados Unidos

Marfrig enviou a produção de dois dias de sua unidade em Mato Grosso do Sul. Pela JBS, seguirão 25 toneladas de cortes dianteiros

Fonte: Marfrig/divulgação

Começam os embarques de de carne bovina in natura para os Estados Unidos. A primeira a enviar o produto foi a Marfrig, que despachou neste domingo, dia 18, a produção dos dias 14 e 15 de setembro da unidade de Bataguassu, em Mato Grosso do Sul. A JBS, por sua vez, deve enviar a primeira carga na próxima sexta-feira, dia 23.

“Com a abertura do mercado norte-americano, a indústria brasileira terá uma excelente oportunidade para ocupar parte significativa da quota, sem taxação, de 64 mil toneladas destinadas ao Brasil e outros países da América Latina, uma vez que esse volume nunca foi totalmente atingido, e que alguns dos países que atualmente usam a maior parte dele terão acesso ilimitado ao mercado norte-americano a partir de 2020, como consequência da implementação do Cafta, liberando ainda mais espaço para a carne brasileira”, diz a Marfrig, em nota.

JBS

O primeiro lote de carne bovina in natura exportada pela JBS para os Estados Unidos deixou nesta segunda-feira a unidade da empresa em Campo Grande (MS), com destino ao porto de Itapoá (SC), e na sexta-feira, dia 23, será enviado aos Estados Unidos. O diretor de relações com investidores da JBS, Jerry O’Callaghan, disse que as 25 toneladas de cortes dianteiros – cujo preço não revelou – foram negociadas com um “prêmio em relação aos outros mercados abertos ao Brasil”. Quatro unidades da empresa estão habilitadas para exportar ao mercado norte-americano.

“O que é interessante é que o Brasil nunca foi visto como um país que tivesse condições sanitárias para vender (carne in natura) para os EUA”, disse O’Callaghan. Para ele, o reconhecimento das condições sanitárias no País resultou de um trabalho conjunto do setor produtivo e do governo.

Brasil e Estados Unidos firmaram acordo para o início das exportações de carne bovina in natura no fim de julho, após 17 anos de negociação. Conforme o acertado, o Brasil disputará espaço na cota anual de 64,8 mil toneladas que os EUA se dispõem a importar a cada ano. Dois frigoríficos da Minerva, um em São Paulo e outro em Goiás, foram autorizados na semana passada. 

Sobre o longo processo de negociação e a rapidez nas primeiras vendas, O’Callaghan disse que no caso da JBS a empresa tem uma base “grande” de clientes nos EUA. O executivo também destacou as particularidades da carne brasileira. Ao contrário dos EUA, onde o rebanho é criado em confinamentos e engordado com ração, no Brasil os animais são criados na maior parte da vida no campo e se alimentam a pasto, que dá um sabor característico ao alimento. 

“Há uma tendência de os consumidores buscarem uma carne mais natural e isso é um atributo da carne brasileira que agrada”, disse o executivo.

Depois de conquistar o mercado norte-americano, a JBS está otimista quanto as exportações gerais para este ano. Segundo O’Callaghan, após fortes oscilações cambiais registradas no primeiro semestre, a tendência é de menor oscilação do dólar em relação ao real. 

“É importante entender que há poucas opções para se originar carne bovina no mundo e o Brasil é uma delas”, disse sobre o potencial do produto brasileiro. Ele disse ainda que as projeções para este segundo semestre são boas também em relação ao mercado interno. “Há uma expectativa de retomada da confiança no mercado doméstico”, disse, citando perspectivas mais otimistas para o Produto Interno Bruto (PIB), entre outros indicadores econômicos do país.

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