Mercado do boi gordo perde referência e fica paralisado

Após a grande redução nos preços oferecidos na arroba do boi gordo e a consequente redução nos negócios efetivados, o mercado ficou sem referência, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. O cenário tomou força após a redução da margem de comercialização, que chegou a 14,7%, uma queda de 6,0 pontos percentuais quando comparada à média histórica.

 Por outro lado, a oferta de animais continua restrita em todo o país, o que dificulta quedas significativas no preço. Um dos motivos é a estiagem registrada no Centro-Oeste no fim do ano passado, que atrasou a recuperação dos pastos e consequentemente a engorda do gado. Com isto, o preço da arroba do boi gordo acumulou alta desde o início do ano e pressionou a margem dos frigoríficos no período.

Em compensação, a estratégia dos frigoríficos em reduzir escalas de produção parece já surtir efeito no mercado. A Scot  apontou que o preço de referência caiu hoje em 22 praças pecuárias do país, das 31 pesquisadas pela consultoria. Em São Paulo, as programações de abates atendem em torno de 3 dias, existindo indústrias mais apertadas. No mercado atacadista, o boi casado de animais castrados ficou cotado em R$ 9,60 ao quilo na última sexta, dia 4. Queda de 9,4% quando comparado ao início do ano.

Analistas avaliam também que a indústria está sem condições de repassar a alta do custo para o consumidor, por causa da crise econômica do país.