Em uma entrevista ao Mercado & Companhia, o consultor da DATAGRO, Luc Vian, discutiu o cenário atual do mercado pecuário, abordando a significativa oscilação de preços da arroba nos primeiros nove meses do ano.
Vian explicou que houve uma redução expressiva nos preços da arroba, cerca de 30%, nos primeiros nove meses de 2023, seguida por uma recuperação que já alcançou a casa dos 240 reais. Ele atribuiu essa oscilação a uma grande pressão de oferta, impulsionada pela atividade de cria deprimida e pelo descarte de matrizes.
O consultor destacou que o setor experimentou o maior abate da história nos meses de agosto e setembro, com 8,85 milhões de cabeças liquidadas, representando um aumento de 11,15% em relação ao mesmo período do ano anterior. Vian ressaltou que esse cenário já se estabilizou, e a expectativa é de maior estabilidade nos preços da arroba daqui para frente.
Questionado sobre os fatores que podem impactar os preços futuros, Vian mencionou uma escassez sazonal que ocorre em novembro, o início da estação de monta e a preparação das propriedades rurais para o próximo ano. Ele enfatizou que, embora o mercado interno tenha absorvido os fatores que causaram a redução nos preços, uma demanda interna aquecida, aliada a fatores climáticos favoráveis, pode impulsionar a retenção de animais nas propriedades.
Sobre a questão do poder de consumo interno, Vian observou que a carne bovina está competitiva nos melhores patamares dos últimos cinco anos em comparação com a carne de frango, o que aquece a demanda interna. Ele ressaltou que a chegada do final do ano, com o 13º salário e uma inflação mais acomodada, contribui para um maior poder de compra da população brasileira.
Ao abordar a rentabilidade do produtor, Vian reconheceu que, embora os preços da arroba estejam em um patamar mais alto, a rentabilidade pode ser comprometida. Ele salientou que fatores como as compras chinesas e as flutuações cambiais desempenham um papel crucial na determinação dos preços.
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