Durante encontro com empresários americanos, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, abordou temas importantes para o agronegócio. Segundo a diretora de comércio internacional da BMJ Consultores Associados, Renata Amaral, que acompanhou as reuniões da ministra nos EUA nesta segunda-feira, 18, Tereza disse tudo que os investidores gostariam de ouvir. “Ela é a grande estrela da comitiva”, disse.
“Por exemplo,a declaração sobre compra de terras por estrangeiros. Ela (ministra) sabe que este é um tema que deve caminhar esse ano. A ministra também comentou sobre licenciamento ambiental, que está para ser colocado no Congresso”, comentou. Renata afirmou ainda que o discurso da ministra foi no sentido de mostrar que o objetivo da medida é desburocratizar, sempre preservando o meio ambiente.
Outro ponto importante foi o anúncio de uma visita à China em maio, que foi bem recebida pelos americanos. “Ela tem sido uma importante porta-voz sobre a relevância da China como principal parceiro comercial. Esse discurso foi corroborado pelo Paulo Guedes (ministro da Economia) no sentido de que o Brasil quer negociar com a China, mas está convidando dos EUA também. Ou seja, uma coisa não exclui a outra”, afirmou.
Mercado de carne bovina
Sobre a possibilidade de uma abertura do mercado de carne bovina in natura, a diretora de comércio internacional ressalta que os sinais são positivos. No entanto, o que se espera é que a ministra saia da reunião desta terça-feira, 19, com o secretário de Agricultura, Sonny Perdue, com uma data fechada para a missão dos EUA vir ao Brasil inspecionar frigoríficos.
“O que se espera seria uma data para essa missão para só depois trabalharmos em uma reabertura do mercado. Sem missão, não há reabertura. Se a ministra sair com uma data fechada, será um sinal positivo”, confirmou.
Cota para entrada de trigo americano
A diretora BMJ Consultores esclareceu que, ao contrário do que tem sido comentado, o Brasil já possui um acordo sobre trigo, feito em 1994, no qual se comprometeu a criar uma cota com tarifa zero para diversos países, inclusive os Estados Unidos. O fato é que esse compromisso nunca foi colocado em prática.
Portanto, a possibilidade de o Brasil trazer trigo americano sem qualquer taxa se trata de um acordo já estipulado anteriormente. “É uma pressão para que esse compromisso, que nunca foi feito, seja realizado. É uma cota de 750 mil toneladas que pode entrar no Brasil, isso representaria cerca de 11% das importações brasileiras de trigo”, comentou.