Pecuária

Morre Jorge Picciani, pecuarista e ex-presidente da Alerj

Além da carreira política no Rio de Janeiro, ele presidia o grupo Monte Verde, que é destaque na reprodução assistida de gado nelore e gir leiteiro

Morreu nesta sexta-feira, 14, Jorge Picciani, aos 66 anos. Pecuarista há mais de 30 anos, ele ficou conhecido por presidir a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) entre 2003 e 2010. Ele estava internado desde 8 de abril, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, em tratamento contra um câncer na bexiga.

“A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do ex-deputado e ex-presidente da Casa, Jorge Picciani. A Casa foi informada oficialmente do falecimento no início da manhã de hoje pela família de Picciani, que presidiu a Alerj por três mandatos. O presidente da Casa, André Ceciliano, ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no início da noite desta sexta-feira”, diz nota da Assembleia Legislativa.

jorge picciani
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O grupo Monte Verde, do qual Picciani era presidente, é uma referência na área de reprodução assistida de gado nelore e GIR leiteiro no Brasil.

Em nota, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) lamentou a grande perda na pecuária nacional.

“Associado da ABCZ desde 1999, Jorge era ávido criador da raça nelore e proprietário do Grupo Monte Verde, com sedes no Rio de Janeiro e em Uberaba. Além disso, Picciani atuou como membro do Conselho Consultivo da instituição, pelo estado do Rio de Janeiro, de 2004 a 2016”, diz a publicação. “A ABCZ lamenta e se solidariza com os familiares e amigos de Jorge Picciani”.

Vida e carreira política de Jorge Picciani

Formado em contabilidade pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e em estatística pela Escola Nacional de Estatística, Jorge Picciani nasceu em 25 de março de 1955.

O pecuarista Jorge Sayed Picciani foi eleito pela primeira vez para a Assembleia Legislativa (Alerj) em 1990, sendo reeleito quatro vezes, presidindo a instituição de 2003 a 2010. Em 2010, concorreu ao Senado, mas não foi eleito, voltando para a Alerj na eleição de 2014 e também à presidência da Assembleia Legislativa. Filiado ao então PMDB desde 1995, foi presidente estadual da legenda.

Em novembro de 2017, Picciani foi preso na Operação Cadeia Velha, acusado de participar de um esquema de propina no setor de transportes do estado, e novamente em novembro de 2018 na Operação Furna da Onça, acusado de participar de esquemas de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral.

Casado com Hortência Oliveira Picciani, ele deixa quatro filhos: o deputado federal Leonardo Picciani; o deputado estadual Rafael Picciani (atualmente secretário de Transportes da prefeitura do Rio); o zootecnista Felipe Picciani, que presidiu a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e cuida dos negócios da família; e o caçula Arthur Picciani.