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EVENTO

'Não há rivalidade', diz Lula sobre grandes e pequenos agricultores

Lula também falou sobre a situação de aproximadamente 70 mil toneladas de carne bovina brasileira retidas em contêineres na China

Durante a abertura da 17ª edição do Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil precisa tanto da agricultura quanto da indústria. “A verdade é que precisamos dos dois, uma coisa complementa a outra”, destacou. “Temos que valorizar os dois. Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquinas vai bem.”

“De vez em quando, se inventa uma discussão que não tem nem pé nem cabeça. As pessoas que defendem a industrialização do país dizem assim: ‘Não queremos ser exportadores de commodities, queremos exportar produtos manufaturados, porque a indústria paga um salário melhor. Só commodity não interessa’.”

Outra polêmica citada pelo presidente é a rivalidade entre o pequeno proprietário e o agronegócio. “Ora, são duas coisas totalmente necessárias ao país. Não há rivalidade. Não há porque o preconceito do grande contra o pequeno ou do pequeno contra o grande. O Brasil precisa dos dois porque os dois ajudam o Brasil. Temos 4,6 milhões de propriedades nesse país com menos de 100 hectares, completou.

“É preciso parar de construir rivalidade onde ela não existe. A gente não pode dar corda para o discurso ignorante. Por que eu poderia ser contra um produtor rural que quer terra pra trabalhar? Por que eu poderia ser contra um grande produtor que está produzindo e vendendo sua soja ou fazendo o Brasil voltar a plantar algodão?”, questionou.

Carne brasileira na China

Ainda na Bahia Farm Show, Lula comentou sobre a situação de aproximadamente 70 mil toneladas de carne bovina brasileira retidas em contêineres nos portos chineses devido à exportação fora do prazo estabelecido.

Lula afirmou ter conversado com o presidente chinês, Xi Jinping, a respeito do assunto, enfatizando que sua preocupação é com os produtores brasileiros e seu direito de receber pelo produto que produziram, independentemente de suas preferências políticas.

O presidente brasileiro explicou que o equívoco ocorreu no envio da mercadoria e relatou uma conversa entre o senador Carlos Fávaro e o ministro da Agricultura chinês, na qual foi informado que, de acordo com um acordo prévio, não seria possível tomar nenhuma medida para solucionar o problema, uma vez que a exportação além da data estabelecida não é permitida.

Lula expressou sua satisfação com a possibilidade de os produtores brasileiros receberem o pagamento justo pelos produtos exportados e afirmou que não espera nem mesmo um agradecimento por isso.

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