A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) reconheceu Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Com 129 votos a favor e 1 abstenção, essas áreas foram aprovadas nesta quinta-feira, 27.
A coordenadora de Produção Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, destacou que a retirada da vacina permitirá o aumento das exportações e a abertura de novos mercados para a carne brasileira.
“Temos visado mercados diferenciados. Hoje apenas Santa Catarina tem acesso a esses mercados que tem exigência sanitária mais restrita”, diz Lilian. Segundo ela, alguns países exigem que o Brasil seja sem vacinação para aceitar exportações do país, como Japão e Coreia do Sul, por exemplo.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, o estado livre de aftosa sem vacinação é um avanço muito forte no status sanitário, o que leva o Rio Grande do Sul a uma situação ímpar na América do Sul.
“Isto atesta a qualidade dos serviço veterinário oficial brasileiro, como também o avanço para os produtores que passam a ser os guardiões deste status. Quem está dentro da propriedade é o primeiro fiscal”, diz Pereira.
O presidente da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do estado de Rondônia, Júlio Peres, afirma que a notícia é de grande importância para o estado. “Essa é uma conquista ímpar para o nosso estado que fez o dever de casa, tem uma consolidação de parceria público/privada com competência e determinação do pecuarista”, afirma.
Já o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), Assuero Veronez, a pecuária é a principal atividade do estado e isso já é suficiente para comemorar o status. Segundo ele, isso abre um novo cenário para a carne do Acre. “Agora, estão abertos mercados promissores para a carne do Acre. Temos logística para sonhar com exportação para mercados muito especiais, principalmente na Ásia”.
Segundo o presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, o Brasil se destaca na qualidade pecuária. “O programa de sanidade animal vem mostrando bons resultados nos últimos anos sem nenhum caso de febre aftosa. Isso abre possibilidades para agregar valor à carne bovina e atingir mercados que hoje estão fechados para carne brasileira e a sanidade deixa de ser uma barreira econômica”, pondera Torres.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, os avanços de qualidade e sustentabilidade devem abrir novos mercados para o Brasil. “Esse reconhecimento do Paraná traduz a abertura dos mercados mais exigentes do mundo para que nós possamos exportar os nossos produtos. Esse avanço é o passaporte para que possamos mandar nossos produtos para todos esses países do mundo afora”, diz.