Na manhã desta quarta-feira (10), servidores do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), comerciantes de gado e uma empresa de leilão foram alvos da “Operação Gado Virtual”, realizada em Araguari e Estrela do Sul (MG).
O objetivo da ação, comandada pela força-tarefa do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), é o combate a sonegação de impostos no setor de cria, recria, engorda e comercialização de gado bovino.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.
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Investigações
De acordo com as investigações feitas pelo Cira, os funcionários municipais com atuação no IMA movimentaram o estoque de cabeças de gado de produtores rurais, com emissão fraudulenta de notas fiscais e Guias de Trânsito Animal (GTAs), a fim de ‘esquentar’ a venda de animais.
Como exemplo, ao longo de 11 meses, foram emitidas 21 notas fiscais avulsas eletrônicas em nome de um produtor rural, sem que ele soubesse disso, totalizando a quantia de R$ 1.670.451,50. Toda a movimentação foi feita a partir de um computador, cujo o IP foi identificado.
Com isso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) identificou uma possível associação criminosa, que movimentava as notas fiscais falsas e as GTAs, junto ao IMA.
Dessa maneira, o gado adquirido só é documentado na hora em que é vendido. Além disso, o dinheiro da venda torna-se “legal” por conta das notas fiscais.
Leilões de gado
De acordo com o Cira, os bovinos que constam como propriedade de diversos produtores foram adquiridos em leilão de gado, em um estabelecimento situado na cidade de Estrela do Sul (MG), reforçando a suspeita de que essa empresa leiloeira seria conivente com a prática de irregularidades fiscais.