TECNOLOGIA

Pastagem vertical: uma alternativa para a alimentação animal

O sistema, que consiste no cultivo de forragem em ambiente controlado, tem como vantagens a possibilidade de produção o ano todo

Uma nova tecnologia de produção de pasto, chamada pastagem vertical, está sendo testada no Brasil.

O sistema, que consiste no cultivo de forragem em ambiente controlado, tem como vantagens a possibilidade de produção o ano todo, independente do clima, e o controle dos custos da semente.

O sistema foi desenvolvido pelo engenheiro mecânico Fernando Zampronio, que trouxe a ideia da China em 2018. O empresário recebeu recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento do sistema, que é baseado na germinação de grãos de cereais, como aveia, trigo e cevada.

A pastagem vertical é cultivada em bandejas empilhadas em prateleiras, em um ambiente com temperatura, umidade e luz controladas.

O processo é totalmente automatizado, o que reduz os custos de produção.

A pastagem vertical pode ser usada para alimentar diversos tipos de animais, como bovinos, ovinos, caprinos, aves e suínos.

O alimento é rico em proteína e fibra, e pode ser usado como complemento ou substituto da ração tradicional.

No Rio Grande do Sul, a pastagem vertical já está sendo utilizada em uma propriedade em Santana do Livramento.

O criador Wilson Belloc Barbosa afirma que o sistema foi fundamental para a sobrevivência de seu rebanho de ovelhas durante a estiagem dos últimos dois anos.

“A pastagem vertical é uma forragem de alta digestibilidade, então te dá um retorno muito grande”, disse Barbosa. “Ela aumenta muito a proteína de qualquer grão que tu use, com a germinação que a gente faz.”

O custo de uma estrutura para produzir mil quilos de pastagem vertical por dia é de R$ 250 mil.

No entanto, os produtores afirmam que o investimento é rapidamente amortizado, com a redução dos custos de alimentação.

“Hoje nós estamos trabalhando com o trigo e hoje ela tá em R$ 0,46 o quilo da forragem hidropônica e a gente sabe ai que as rações giram mais ou menos em R$ 2 o quilo”, disse Barbosa.

O sistema de pastagem vertical ainda está em fase de testes no Brasil, mas tem o potencial de se tornar uma alternativa viável para a alimentação animal. A tecnologia pode ajudar a reduzir os custos de produção e melhorar a qualidade da carne e dos produtos lácteos.

Veja as principais vantagens da pastagem vertical:

  • Produção o ano todo, independente do clima;
  • Controle dos custos da semente;
  • Alimento rico em proteína e fibra;
  • Pode ser usado para diversos tipos de animais.