O preço pago pela arroba do boi até setembro de 2017 não foi satisfatório. No entanto, pecuaristas aproveitaram o custo mais baixo de alguns insumos e conseguiram montar estratégias para aumentar o lucro durante o período. O zootecnista e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Leonardo Fernandes explica que a baixa nos gastos foi verificada tanto para o confinamento quanto para os animais produzidos a pasto.
“Foi um ano diferente porque os grãos, principalmente o milho, tiveram um custo mais baixo que os anos anteriores, então isso refletiu em um menor custo de alimentação para terminação e confinamento”, explica o zootecnista.
O pecuarista Luiz Fernandes conta que lucrou 30% por cabeça, gastando R$ 140 por animal. “No tipo de confinamento que eu faço, compro um garrote mais magro, coloco ele em 40 dias de confinamento para poder engordar e entregar mais forte, saudável.
Na fazenda, o pecuarista tinha 300 animais a serem vendidos no fim de ano. Substituindo a silagem por milho e suplementação, o gasto com alimentação durante o confinamento nos últimos três meses não passou de 32%.
De acordo com o coordenador técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Wilson Marajó, sempre existiram grandes confinamentos em Minas Gerais, mas agora pequenos produtores também estão confinando. “Isso é uma perspectiva para frente e dá qualidade ao acabamento da carne mineira para o Brasil e para exportação”, diz.
Com esse tipo de alimentação é possível melhorar a digestão dos animais, explica Marajó. “Ele não vai ruminar e terá os nutrientes mais próximos, com mais eficiência na produção de carne”, afirma.
Além das estratégias de produção adotadas, o cenário econômico neste fim de ano apresenta sinais de melhora e começa ajudar nas margens de lucro. “Nós temos que pensar no ciclo de produção do animal. Estamos em um momento muito atraente, porque com os preços dos insumos de hoje e valor praticado no mercado pela arroba do boi gordo, temos variado margens de 20% a 25% de renda líquida”, explica o zootecnista da Epamig.