De acordo com o doutor em zootecnia e pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Gustavo Siqueira, já foi observada queda de 10% no desempenho animal durante o confinamento, quando comparados animais que sofrem mais ou menos estresse. “Isso eleva o custo de produção, pois esse animal está desempenhando menos para consumir a mesma dieta, o que significa que ele está ficando mais caro”, explica.
Entre os principais fatores que acarretam no estresse pré-confinamento, o especialista destaca o transporte. “Talvez seja um dos grandes problemas, principalmente, para os nossos confinamentos em São Paulo, pois os animais vêm de longas distâncias”. Ele diz a nutrição prévia é outro fator, porque o animal que vem de nutrição deficitária leva tempo para se recuperar. “Às vezes não estamos fazendo o confinamento em um animal para o ganho de peso, mas para a recuperação de algo que ele perdeu antes”, esclarece.
Siqueira participará do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, que acontece entre 17 e 20 de abril, no interior de São Paulo. Ele espera mostrar em sua palestra ferramentas que possam minimizar os prejuízos. O doutor destaca que os grandes desafios para implementação de um manejo adequado. “Primeiro, o pecuarista precisa saber desse problema. A falta de informação sobre essas perdas é talvez o principal gargalo. Segundo, o confinador ter influência sobre os animais ou não. Boa parte dos animais a serem confinados vem de um outro produtor ou fazenda. Terceiro é a falta de infraestrutura do recriador”, afirma.
Para os produtores que recebem animais vindos de outras propriedades, Siqueira traz um alívio: “se eu faço um bom manejo de chegada e consigo fazer a mineralização adequada, eu consigo minimizar o problema”, conclui.