Apesar disso, levando em consideração as expectativas de um novo recorde nas exportações de carne bovina em 2015, o espaço para baixas se mostra bastante limitado.
O clima incerto ainda pode alterar as expectativas de elevação na oferta do primeiro trimestre. Caso as chuvas não se intensifiquem nas principais regiões produtoras durante o verão, a elevação na oferta de animais terminados a pasto pode se mostrar menos intensa que o previsto inicialmente.
O ano de 2014 foi marcado pela baixa oferta de gado e também pela forte demanda internacional pela carne bovina brasileira. Com isso, o valor da arroba do boi gordo começou 2015 acima dos R$140. Com as expectativas de baixa oferta nos Estados Unidos e na Austrália, principais competidores do Brasil no mercado internacional, as projeções iniciais apontam para preços de carne bovina ainda firmes neste ano.
O Rabobank projeta um crescimento de cerca de 7% para as exportações brasileiras em 2015, após o aumento de 3% em 2014. A recente reabertura do mercado chinês também colaborará com o aumento dos embarques. Apesar disso, a alta exposição das exportações brasileiras ao mercado russo pode representar um risco, já que o país passa por uma grave crise econômica.
No mercado doméstico, o escopo para aumento dos preços ao consumidor parece limitado. O já elevado patamar das cotações da carne bovina em relação às proteínas concorrentes, como o frango e a carne suína, aliado à expectativa de menor crescimento da economia, deve limitar o aumento do consumo no mercado doméstico esse ano.
Em relação aos preços de reposição, o relatório aponta que, apesar da forte valorização da arroba, a relação de troca boi gordo/bezerro permanece abaixo da média dos últimos anos. Em 2015, o número de cabeças confinadas deve continuar a crescer, apoiado, principalmente, pela queda nos preços dos grãos e firmes cotações no mercado futuro de boi. Consequentemente, a procura por animais de reposição deve permanecer aquecida, segundo a Rabobank.