Boi

Preço do boi gordo volta a subir após quatro dias em queda

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores da arroba subiram de R$ 209 na quinta para R$ 211,60 no fechamento da sexta-feira

Boiada em fazenda de Mato Grosso, boi gordo
No acumulado de dezembro, a baixa da arroba do boi gordo é de 8,5%. Foto: Governo de Mato Grosso

Após quatro dias em queda, o preço da arroba do boi gordo voltou a subir. De acordo com o indicador do boi gordo Esalq/B3, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores da arroba subiram de R$ 209 no fechamento da quinta, 5, para R$ 211,60 na sexta-feira, 6. No acumulado de dezembro, a baixa da arroba é de 8,5%.

Apesar dessa baixa, a Radar Investimentos acredita que os preços do boi gordo não devem voltar ao patamar de antes. Segundo Leandro Bovo, sócio-diretor da empresa, as cotações podem cair no início de 2020, mas não se pode esperar preços como os praticados antes da repentina alta do boi gordo.

“A partir de janeiro as coisas tendem a se normalizar com os preços recuando pelo menos um pouco. Agora, o que não podemos falar é sobre queda de preço a níveis antigos, como uma arroba por R$ 150, até porque o preço estava muito defasado, há cerca de cinco anos sem correção”, afirma ele.

Motivos da alta

Um dos motivos que explicam a alta da carne bovina ao consumidor final são as exportações aquecidas, principalmente para a China. Isso ocorre porque o país asiático enfrenta um grave surto de peste suína africana. A doença, que é altamente contagiosa em porcos e possui taxa de até 100% de mortalidade, já fez os criadores chineses abaterem cerca de 40% de seu rebanho suíno, segundo o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China. Com isso, o país tem aumentado a procura por outros tipos de carnes do Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), outro motivo que influenciou as exportações para a China foi a habilitação de novos frigoríficos para exportar carne bovina in natura. Mais recentemente, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou a habilitação de 13 unidades brasileiras aptas a exportar carne bovina, suína e de aves para os chineses. A expectativa da associação é de que as o aumento das vendas de carne bovina fiquem acima dos 10% previstos pelo setor em 2019.

Pouca oferta de boi

Outro fator que influencia a alta da carne bovina é a pouca oferta de boi. O Cepea afirma que, de modo geral, houve um alto número de abate de vacas nos últimos anos. Com menos fêmeas no pasto, a oferta de bezerros e, consequentemente, a de boi gordo nos dias de hoje foi prejudicada.

“Nesse sentido, a pecuária nacional vai ter que responder com aumento de produtividade para conseguir atender à crescente demanda por novos animais para abate, tendo em vista que o abate de vacas atingiu volumes recordes nos primeiros meses deste ano”, informa o centro de estudos.