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Preço do boi gordo deve subir 4% até final do ano, prevê especialista

Arroba do boi gordo pode encerrar o ano em aproximadamente R$ 143,5

Fonte: Júlio Prestes/Canal Rural

O preço do boi gordo deve subir entre 3% e 4% até o final do ano, tomando como base as cotações praticadas nos últimos pregões da BM&F Bovespa. A projeção é do diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. Seguindo os cálculos do especialista e considerando a arroba do boi gordo valendo R$ 138 em Mato Grosso do Sul, segundo informações do Departamento de Economia do Sistema Famasul e Federação da Agricultura e Pecuária de MS, a arroba do boi gordo pode encerrar o ano em aproximadamente R$ 143,5.

Segundo o diretor da Scot Consultoria, o pecuarista precisa ficar antenado às informações de mercados e acompanhar os pregões da Bolsa de Valores.

– Se o produtor rural não for à Bolsa, o risco é dele. O frigorífico e os credores do setor estão no mercado futuro, o único que ainda não está é o pecuarista. O produtor rural, lá no campo, não consegue visualizar o funcionamento do mercado. É preciso que a BM&F Bovespa fomente isso –  alerta Torres.

Para o especialista, o mercado deve se manter positivo nos próximos 14 meses.

– A expectativa é que os preços não caiam, o mercado continuará comprador e se manterá sem boiada. Eu oriento o produtor a não segurar o boi no pasto e assim perder a chance de realizar bons negócios. Se o mercado está dando lucro, é hora de vender – afirma. 

Em relação à atual conjuntura econômica vivida no país, Torres não é otimista para o curto prazo.

– A crise vai além de 2016, principalmente, porque temos problemas com a falta de credibilidade violenta em relação ao atual Governo. A crise moral é maior que a econômica. O pessimismo deixa o consumo comedido – avalia.

Sobre a influência da crise na pecuária, Torres destaca que salva é que a oferta também é comedida. Entretanto, a alta do boi gordo apresenta um crescimento menor que o seu potencial.

– Sem a crise, o boi poderia estar a R$ 170 a arroba. O criador de gado empreendedor e progressista está aproveitando o atual momento do setor – diz Torres.

Apesar do cenário negativo, a moeda nacional desvalorizada em relação ao dólar traz benefícios ao produtor rural brasileiro quando o assunto é exportação de carne bovina. O volume das exportações brasileiras de carne bovina in natura caiu 25% em 2015. A receita, em dólar, recuou 16%, mas convertido para o real, a alta é de 9%. Torres diz que o único problema do câmbio está no custo de produção.

 Ainda sobre as vendas internacionais do setor pecuário, Torres vê com bons olhos a abertura do mercado americano para a carne bovina do Brasil.

– A primeira implicação das vendas aos Estados Unidos é o reconhecimento do controle da aftosa. Isso abrirá portas para outros países – conclui. 

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