Suinocultores e pecuaristas em Mato Grosso enfrentam dificuldades para fechar os custos de produção diante das oscilações dos preços do milho. Segundo o setor de proteína animal, há milho sendo armazenado pelos agricultores à espera de preços melhores.
A suinocultura mato-grossense possuía um dos custos de produção mais baratos do país. Hoje, nos custos atuais verifica-se um prejuízo de R$ 20,30 por animal, conforme o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
“O que escutamos é que lá fora tem problema na produção, em países como Estados Unidos e a própria China. A gente observa que há uma preocupação muito grande é que esse milho. Os contratos que chegam aqui já foram cumpridos e tem muito milho sendo armazenado esperando que este preço melhore”, relata Rodrigues.
Segundo o diretor-executivo da Acrismat, o milho virou uma commoditie mundial e não há perspectivas de preços nos patamares de um ano e meio atrás. “O que está acontecendo é que essas pequenas cadeias, principalmente dos pequenos produtores, começam a sair da atividade porque não compensa”.
Contas não fecham, diz Acrimat
Assim como na suinocultura, as contas na pecuária bovina também não fecham em Mato Grosso. Diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, revela que hoje o pecuarista possui dois custos principais, em especial para o recriador invernista.
“No preço do bezerro ou do boi magro e nos preços dos insumos, rações. A gente vem em uma mudança de ciclo onde o preço do bezerro e do boi magro ficou mais atrativo para recria, por outro lado os custos produções de rações subiram muito”, pontua Manzi.
Conforme o diretor-executivo da Acrimat, o pecuarista deve ficar atento as oscilações do mercado. “A gente sugere, inclusive, que os produtores façam seus estudos para de repente travar a compra, travar o preço, para ter maior estabilidade nos seus custos de produção”.
Produção armazenada nas propriedades
Em Tapurah, onde foram colhidos 160 mil hectares de milho na safra 2021/22, 20% da produção ainda está armazenada.
Diante das oscilações dos preços, quem não vendeu milho quando o grão estava mais valorizado, e tem condições de manter a produção guardada, a expectativa é de reação do mercado, em especial se houve produtividade abaixo do esperado.
“Nós tivemos aqui problema com o milho. Um foi a cigarrinha e o segundo foi o corte muito cedo das chuvas. Quando a gente estava colhendo para entregar de novo os preços caíram e estamos aguardando de novo a retomada dos preços para voltar a negociar”, comenta o agricultor de Tapurah, Silvésio de Oliveira.