A 41ª edição da Expointer, feira que acontece em Esteio (RS), foi agraciada na tarde desta terça-feira, dia 28, com o nascimento de um bezerro da raça jersey. Segundo os expositores, este é o primeiro animal que nasceu desde o início da feira.
O pavilhão de gado leiteiro virou uma das principais atrações do dia. Enquanto a fêmea estava em trabalho de parto, o público que passava logo ajustava o celular para registrar o momento.
O trabalho de parto da fêmea, chamada de Embrapa 493 Tulha Kanoo Razo, durou cerca de duas horas e, segundo a empresa de pesquisa que levou os animais para o concurso, tudo correu bem.
“A fêmea veio especificamente para participar de concurso morfológico da raça, na categoria de vacas prenhas, mas devido ao nascimento do bezerro, decidimos não colocar ela na pista de avaliação, por questão de bem-estar”, explica o zootecnista responsável pelos animais durante a feira, Márcio Spallon.
Segundo o especialista, há um cuidado especial a partir do momento de nascimento do animal para que ambos passem pelo processo de recuperação. “A gente evita que se tenha um contato direto dos humanos com o bezerro que acabou de nascer porque isso pode gerar um problema de relação com a mãe. Ela ela pode estranhar o cheiro do animal”, conta.
Apesar de o contato direto com o animal ser proibido, o público aproveita o tempo que tem para apreciar o momento. Spallon afirma que é interessante quando esse tipo de situação acontece porque muitas pessoas nunca viram o nascimento de um animal. “Principalmente aqueles que moram nos centros urbanos. Muitas pessoas ficam curiosas, principalmente as crianças, que querem tocar o bicho”.
O pesquisador do Centro de Recria e Seleção de Bovinos da Raça Jersey, vinculado à Embrapa Clima Temperado, Darcy Bitencourt, informa que antes da participação dos animais em feiras e exposições, as fêmeas são preparadas e inseminadas com antecedência. “É importante as vacas chegarem aqui visualmente bem, para os concursos de morfologia”. No total, a entidade trouxe 11 animais da raça jersey e puros de origem.
Processo de recria especial
Bitencourt explica ainda que a Embrapa da unidade de Capão do Leão, no Rio Grande do Sul, vem trabalhando desde 2011 com um manejo diferente dos animais na recria, pensando no pequeno criador. Isso porque eles fazem inseminação nas vacas entre 12 e 14 meses, quando o normal é 30 meses.
“Com isso, o pecuarista ganha uma lactação de oito meses e um terneiro. Enquanto as fêmeas que não passam por esse processo ainda estão parindo, o fazendeiro já está com uma vaca na segunda cria”. Ele ressalta que o trabalho realizado é importante para aqueles da região que possuem uma área pequena, poucos animais e precisam trabalhar mais rápido e ter rentabilidade.