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Notícias - Soja Brasil

Sojicultor produz três sacas a mais por hectare com integração lavoura-pecuária

Sistema também foi benéfico para o gado, que passou a ganhar peso mais rapidamente antes de ir para o confinamento

A fazenda de Luciomar Machado Filho, em Pontes e Lacerda (MT), adotou a integração lavoura-pecuária e passou a produzir três sacas de soja a mais por hectare, além de engordar o gado em menos tempo. O rendimento médio na propriedade foi de 77 sacas por hectare na última safra. Mais do que a média regional, 56 sacas por hectare.

O plantio da oleaginosa no município, localizado no oeste do estado, só começa depois de 20 de outubro, porque as chuvas demoram a chegar à região. Isso acabava prejudicando a janela do milho segunda safra. “Em vez de forçar a safrinha, trabalhamos com folga e aproveitamos para fazer a ‘safrinha da pecuária’. O resultado é muito bom”, conta o produtor.

Desde que Machado Filho adotou a integração, os animais ganharam 30% mais peso e mais rapidamente. Quando sai do pasto, o gado é terminado em confinamento por 90 dias.

O sistema lavoura-pecuária exigiu adaptações na propriedade: a distância da cerca passou de 5 para 50 metros e o tamanho do lote também mudou para que os animais dividissem o mesmo cocho. A distribuição, agora, é de três animais por hectare e cada um consome, em média, oito quilos de sal por dia. O capim escolhido foi a braquiária ruziziensis.

O analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bruno Souza Lemos afirma que o principal erro dos agricultores que começam a trabalhar com a integração é não deixar água para os animais. “Outro ponto é a entrada de animais na área, que acaba passando do limite, diminuindo o potencial de engorda”, diz.

Produtores também erram na hora de plantar a forrageira, alerta Lemos. “O pessoal joga ela. A forrageira é como qualquer outra agricultura: você tem que plantar, cobri-la com o solo. Nem muito raso, nem muito fundo. Na propriedade, o adequado seria em torno de 2 ou 3 centímetros”, afirma.

Segundo o engenheiro agrônomo Euder Redivo Junior, as duas atividades se integram bem. “A situação financeira da fazenda melhora, porque ora você tem o dinheiro da soja e ora, da pecuária. É uma soma muito interessante”, diz.

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