Boi

SP: fiscalização encontra bovinos alimentados com cama de frango

Ministério da Agricultura realiza operações de vigilância frequentes para evitar qualquer caso de doença e mitigar riscos

Pixabay

Fiscais federais agropecuários encontraram cerca de 60 bovinos alimentados com cama de aviário no interior de São Paulo. Esse é um fator de risco para o surgimento da encefalopatia espongiforme bovina, a popular vaca louca. O flagrante ocorreu no começo da semana, durante fiscalização surpresa, com apoio da Polícia Ambiental e da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, informa o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), em comunicado.

Os bovinos serão encaminhados para matadouros regidos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para separação do Material de Risco Específico (MRE). Após a retirada de partes de risco, o SIF avalia a possibilidade de liberar parte da carne para consumo.

O diretor de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, afirmou que o Brasil é considerado país com risco desprezível de vaca louca e segue tendo esse reconhecimento pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal). Para tanto, realiza ações de vigilância permanente para prevenção de ocorrência de qualquer caso da doença e para mitigação de risco.

Ele ressaltou que a descoberta de bovinos sendo alimentados com cama de frango no interior de São Paulo recentemente não determina que esses animais estejam infectados pela doença, uma vez que o período de incubação é de sete anos, mas sim que a fiscalização foi eficaz e pôde identificar e eliminar esse risco a tempo.

Atualmente, cerca de 200 propriedades específicas são fiscalizadas por ano pelo Ministério da Agricultura com base em indicadores de risco (propriedades ao redor de indústrias de farinha de carne e osso de animais; propriedades que utilizam estábulos para criação de gado, principalmente de leite, e propriedades em áreas próximas à criação de aves, devido à possibilidade de uso da cama de frango).

Além desses locais, 100% das denúncias recebidas pelo ministério são investigadas e atendidas. O Ministério da Agricultura lançou até um aplicativo para smartphones por meio do qual qualquer pessoa pode notificar a ocorrência de irregularidades dessa natureza, disponível para as principais plataformas digitais: o pec.saúdeanimal. As denúncias também podem ser feitas pelo telefone 0800 704 1995.

Marques ainda ressaltou que os animais flagrados com alimentação indevida (cama de frango ou farinhas de proteína animal) são destinados ao abate em frigoríficos ou o enterro nas propriedades. A carne desses bovinos pode ser consumida normalmente, pois só há possibilidade de transmissão da doença (em casos de infecção) por meio do material genético e de itens que são descartados, como olhos, medula, partes do intestino.

O Ministério da Agricultura também afirmou que o Brasil teve dois casos registrados de vaca louca, um no Paraná e outro em Mato Grosso, nos anos de 2011 e 2016. Ambos foram em vacas mais velhas, com mais de 15 anos de idade e identificados como atípicos. Diferentemente da Europa, onde os casos da doença foram decorrentes da alimentação dos bovinos com farinha de proteína animal, no Brasil a Vaca Louca foi motivada por mutações genéticas nos animais.