O estampido de tiro chamou a atenção de um pecuarista de Encruzilhada do Sul (RS) na noite de terça-feira, 4. Ele estava sendo vítima de um furto de gado. Um dos bois da fazenda havia sido morto por criminosos e parte da carcaça estava sendo levada. Por sorte, o produtor conseguiu anotar as características do carro e denunciou à Brigada Militar.
Os agentes pararam um carro que batia com as descrições. Ao serem abordados, os dois ocupantes tentaram fugir, mas um deles foi pego pelos policiais. No porta-malas do veículo, os policiais militares encontraram as partes do animal abatido na localidade de Corredor do Meio, interior do município.
O suspeito de 26 anos foi autuado em flagrante pela Polícia Civil e responderá por furto de gado (abigeato) e porte ilegal de arma de fogo, já que foi encontrada uma arma calibre 22, e 21 cartuchos, sendo que 18 estavam intactos. Os policiais também encontraram o machado usado para esquartejar o boi.
De acordo com a delegada Luana Medeiros, da delegacia de Encruzilhada do Sul, o investigado tinha outros crimes na ficha, mas não abigeato. Apesar disso, informações dadas por produtores da região apontam que os suspeitos e o veículo foram vistos no município outras vezes. Como eles não são de lá, é possível que estejam envolvidos em outros crimes.
Notícias Relacionadas
Furto de gado é recorrente
Os casos de furto de gado no Rio Grande do Sul diminuíram, como mostrado por reportagem do Canal Rural. Porém, em Encruzilhada do Sul, mesmo não tendo aumentado, os casos de abigeato são constantes, segundo a delegada.
“Cheguei [na delegacia] há sete meses, e é bastante corriqueiro. É o crime que a gente mais investiga. É bastante complexo também, porque acontece no campo e, geralmente, à noite. Para resolvê-los, precisamos de muita ajuda da comunidade. Sempre peço às pessoas que avisem sobre carros e pessoas estranhas, ou sobre a incidência de crimes”, diz Luana Medeiros.
Por enquanto, a delegacia não identificou uma organização criminosa especializada em furto de gado. “Temos conhecimento de casos isolados, essas pessoas não parecem ter ligação entre si. Mas existe, sim, quem vende a carne dos animais furtados e quem transporta. Isso desencadeia uma organização, que não necessariamente acontece no interior de Encruzilhada do Sul. Às vezes, os criminosos levam os animais para municípios vizinhos”, diz.
