Estudo proposto pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) vai desenvolver um aplicativo para pesagem de bovinos por imagem. O projeto terá início em abril deste ano com a coleta de informações em propriedades de bovinos de corte.
Na prática, o aplicativo vai tirar uma foto do animal e a partir disso, a ferramenta permitirá ajustar a alimentação e níveis de medicamentos a serem administrados aos bovinos. Isso irá auxiliar muitos produtores que não possuem balança em suas propriedades.
O pesquisador do IFMT, Geovanne Ferreira Rebouças, conta que a ideia da pesquisa será desenvolvida por uma equipe multidisciplinar e contribui para a chamada “Pecuária 4.0”, que objetiva agregar inovação tecnológica para a área.
“Desde o mestrado pesquiso a avaliação morfométrica de bovinos de corte, que considera as formas do animal por metragens e cálculos matemáticos, porém adaptadas e redirecionadas para linha de uso de Zootecnia de precisão e Inteligência Artificial. Dessa vez iremos estudar o desenvolvimento de aplicativo para pesagem de bovinos por imagem através de um aplicativo de celular e com a câmera do próprio aplicativo”, explica Geovanne.
Além dessa finalidade, a pesquisa também propõe outros objetivos. O aplicativo além da pesagem, vai tentar predizer outras características de carcaça, como área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, espessura de gordura na garupa ou na picanha, o que possibilitará um avanço na pecuária.
Inovação na agropecuária
De acordo com Geovanne, no Brasil já existe um modelo que prediz peso por imagem, mas que é voltado para sistemas coletivos e em confinamento.
“Esses modelos não estão disponíveis para um produtor comum, apenas com seu celular. Existe um aplicativo desenvolvido na Bélgica, mas não está disponível no Brasil, e ainda assim precisa acoplar uma câmera 3D no celular para funcionar. Nossa ideia é desenvolver um aplicativo que consiga pesar apenas com a câmera bidimensional convencional dos celulares que temos no mercado”, esclarece o pesquisador.
Já o coordenador do projeto, Joanis Tilemahos Zervoudakis, fala da relevância para a cadeia produtiva em Mato Grosso.
“O contexto se insere na aplicação dessa tecnologia que estamos propondo diretamente na ponta, na cadeia produtiva. Há de se considerar que Mato Grosso tem o maior rebanho de bovinos do Brasil, cerca de 31 milhões de cabeças. Sendo assim, a proposta ajuda o pecuarista em estratégias de manejo nutricional para consequentemente ter carne de melhor qualidade”, ressalta Joanis.
Editado por: Alexia Oliveira*, de Cuiabá (MT)
*Sob supervisão de Viviane Petroli
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