FORRAGEM

Brachiaria híbrida produz mais de 5 mil kg de feno por hectare, mostra pesquisa

Pesquisa da UNB mostra que variedade proporcionou teor de proteína bruta superior a 10,70% no período de corte de 28 dias

Brachiaria híbrida para fenação
Foto: Ana Caroline Pereira da Fonseca

Os benefícios da Brachiaria de alta qualidade para fenação foram pesquisados pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UNB).

O estudo destacou a Brachiaria híbrida Mavuno pela maior produção de massa seca, boa digestibilidade do feno e manutenção de elevado valor nutricional.

Segundo a engenheira agrônoma e autora da pesquisa, Ana Caroline Pereira da Fonseca, os resultados confirmam observações de campo sobre o desempenho do Mavuno tanto em pasto convencional quanto na conservação de forragem.

O que é a fenação?

A fenação é uma prática comum entre pecuaristas para conservar forragens de alta qualidade, especialmente em períodos de escassez. O processo envolve a desidratação da planta, resultando em um produto nutritivo e com baixo nível de perdas, que pode ser armazenado por longos períodos.

“O feno é um suplemento caro utilizado na pecuária avançada, e a qualidade do feno depende da qualidade da forragem original”, explica o professor PhD Gilberto Gonçalves Leite, orientador da pesquisa.

O experimento, conduzido na Fazenda Água Limpa (FAL) da UNB, no Distrito Federal, teve como objetivo medir a produção de feno por hectare, teor de proteína bruta, fibra em detergente neutro, digestibilidade in vitro da matéria seca e produção de gases in vitro.

As amostras foram coletadas em três áreas distintas de pasto com Mavuno, em quatro períodos de corte (28, 35, 42 e 49 dias).

Os resultados mostraram que o corte aos 42 dias produziu o maior volume de feno: 5.211,20 kg por hectare.

Testes de digestibilidade

boi, integração lavoura-pecuária
Foto: Gabriel Faria/Embrapa

O teor de proteína bruta foi mais alto no corte de 28 dias, alcançando 8,41%, com algumas amostras superando 10,70%. Surpreendentemente, o corte aos 49 dias também apresentou bom teor de proteína (6,32%).

Os testes de digestibilidade in vitro e fermentação indicaram que o feno de Mavuno manteve alta digestibilidade, mesmo com o avanço da idade da planta, o que favorece o consumo de matéria seca pelos animais.

“As melhores idades de corte variaram entre 35 e 42 dias, com boa produção e qualidade nutricional, e mesmo aos 49 dias, a digestibilidade ainda era elevada”, destaca Fonseca.

A pesquisa conclui que o feno de capim Mavuno tem excelente potencial de qualidade e é bem aproveitado pelos animais, mantendo um valor nutricional superior ao de outras variedades de Brachiaria.