Brasil conclui protocolo com Turquia para exportação de bovinos vivos

Acordo compensa as perdas em decorrência da crise econômica da Venezuela, que era o principal comprador de animais brasileiros em pé

Fonte: Sistema Faep

O Brasil e a Turquia concluíram nesta segunda-feira, dia 29, a negociação de um protocolo sanitário específico para exportação de bovinos destinados ao abate imediato. Conforme o Ministério, o protocolo é resultado de acordo fechado em agosto de 2015 com as autoridades turcas para exportação de gado destinado à engorda no país. 

Ele possibilitou ao Brasil retomar, em 2016, as exportações de bovinos para o mercado turco. De janeiro a junho deste ano, o país embarcou 86.005 cabeças para a Turquia, avaliadas em cerca de US$ 50 milhões. A partir de agora, país pode embarcar para aquele mercado bovinos destinados ao abate, além de animais para engorda.

Em nota, o Ministério da Agricultura disse que a expectativa do setor exportador brasileiro é embarcar, até o fim do ano, cerca de 100 mil cabeças para abate naquele país.

A expectativa do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura é de que as exportações agreguem valor, porque os animais a serem embarcados deverão ser machos “terminados”, com peso superior a 450 quilos. 

O diretor do DSA, Guilherme Marques, disse que a intenção é diversificar ainda mais o comércio de animais e seus produtos com a Turquia. “O DSA está promovendo gestões junto ao Serviço Veterinário Turco para que o Brasil possa exportar produtos como embriões, sêmen e carne bovina”, disse Marques na nota.

O fechamento do acordo em 2015 foi comemorado pelo segmento exportador de gado, já que permitiu compensar as enormes perdas em decorrência da crise econômica da Venezuela. 

Até o fim de 2014, o mercado venezuelano era o principal parceiro comercial do Brasil na compra de gado vivo, chegando a representar mais de 90% do total volume das exportações brasileiras. A partir deste ano, a Turquia se consolidou como principal cliente brasileiro, tendo sido responsável pela importação de 61,8% dos bovinos exportados pelo nosso país.