Brasil finaliza embarque de carne de frango para a Indonésia

MDIC não descarta a possibilidade de entrar já com o contencioso na OMC contra o paísO diretor do departamento de Negociações Internacionais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Márcio Lima, disse nesta terça, dia 11, que a abertura do mercado indonésio para a carne de frango brasileira está na última etapa de negociações antes da possibilidade de entrar com um painel contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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– Apesar de termos a possibilidade de entrar já com o contencioso na OMC contra o país, o governo brasileiro resolveu esperar e esgotar todos os canais de negociação antes dessa medida – disse.

Lima explicou que entre as barreiras impostas pelo país à carne de frango brasileira está a maior rigidez no abate no método Halal. Segundo defende o Brasil, essas imposições vão além das regras do Códex Alimentarius, código internacional de padrões dos alimentos, e está prejudicando as vendas do produto ao país.

– O Ministério das Relações Exteriores (MRE) ficou de enviar uma carta ao governo da Indonésia questionando as barreiras e o país tem 30 dias para responder ao questionamento. Passado o prazo sem uma resposta do mercado, o Brasil deve entrar com o contencioso na OMC, que já foi aprovado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) no final do ano passado – declarou.

O diretor da Secex participou da reunião entre representantes do MDIC, com o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, o diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Soares, e executivos de empresas filiadas às entidades nesta terça.

O secretário executivo do MDIC, Ricardo Schaefer, explicou que a reunião foi para revisar e reforçar a agenda estratégica entre o setor privado e o governo que agregue questões de políticas comerciais, industriais e de promoção.

– A ideia é transformar essa agenda em uma ação mais efetiva e de prioridades. A competição no comércio global de carnes vem aumentando, os cenários vêm mudando a cada ano. Hoje, por exemplo, há países que estão em fortes crises cambiais, como a Argentina e Venezuela, e o Brasil tem que estar preparado para essa nova situação, suprindo os gargalos existentes – disse.

Foi a primeira visita do executivo nas sedes das associações do setor de carnes, após assumir o cargo, em meados do ano passado. Schaefer disse que, nessa agenda, está um trabalho maior em mercados relevantes para as carnes, como o sudeste asiático, incluindo Mianmar, e a própria China.

– Nós acreditamos que possamos expandir as exportações do complexo carnes em pelo menos 1 milhão de toneladas. É uma meta a ser atingida, mas sem prazo. Mas meta é sempre saudável. A partir dessa meta, teremos uma agenda em curso – declarou.

Ele afirmou que não há hoje descoordenação entre as diversas pastas do governo sobre os pleitos do setor, mas que a agenda estratégica conjunta e integrada facilitará o diálogo mais fluído entre as partes.

Agência Estado