Dos 68 funcionários da empresa, apenas 11 devem ser mantidos, segundo o sindicato que representa os trabalhadores.
A decisão foi comunicada há pouco mais de uma semana e, entre as justificativas, estão questões logísticas e de redução dos custos. A planta produzia cerca de 40 mil litros de leite tipo C por dia, além de bebida láctea. O município continuará com um posto para receber e resfriar o leite produzido na região, que passará a ser processado em Teotônia (RS), onde há outra planta da Elegê.
O prefeito da cidade, José Nunes, ainda não sabe estimar o impacto do fechamento na economia da cidade.
? Eles fizeram tudo na surdina. Há um ano, anunciaram investimentos para ampliar a fábrica ? conta Nunes, referindo-se ao que considerou descaso por parte da gigante de alimentos, que não informou à prefeitura o fim das atividades.
Para tentar minimizar o impacto do fechamento da planta, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da região de Camaquã (RS), a Confederação Nacional e dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e a prefeitura estudam medidas judiciais. Uma delas poderia ser a interpelação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a fusão da Sadia com a Perdigão, criando a gigante Brasil Foods.
? Não há justificativa para o fechamento. No último ano, houve ampliação da produção ? diz Darci Rocha, coordenador da CNTA no Estado.
Apesar de a produção ter saltado de 30 mil para 40 mil litros por dia no último ano, o número de funcionários já vinha sofrendo reduções. Claudemir Foster, secretário de finanças do sindicato e funcionário da empresa há 17 anos, diz que a Elegê já teve cerca de 200 empregados.
A Brasil Foods não se manifestou sobre o assunto.