O conflito entre os dois parceiros comerciais iniciou no final do ano passado, quando a África do Sul, a fim de proteger sua indústria, acusou o Brasil de vender o frango no mercado sul-africano por um preço abaixo dos praticados pelos produtores locais. O país sobretaxou o frango inteiro brasileiro em 62,93% e os cortes desossados em 46,59%.
As consequências no mercado surgiram ao longo deste ano. De janeiro a setembro, as exportações para o país diminuíram 5% em relação ao mesmo período de 2011. Do montante de exportações brasileiras do produto, 5% é destinado à África do Sul.
O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirma que o mercado brasileiro é o mais atraente para os sul-africanos.
– Eles não produzem autosuficiência, produzem 84% da necessidade e buscam 16% em outros mercados. O melhor mercado para eles é o mercado brasileiro em todos os aspectos, não só o produto, mas a negociação que já está consolidada.
Para o analista de mercado José Carlos Hausknecht, o Brasil tomou a decisão mais certa em não aceitar a diminuição de taxas.
– Caso o Brasil consiga provar que a medida foi tomada de maneira errada, a gente ganha direito de retaliar a África do Sul, impondo restrições nas exportações para o Brasil, para que se tenha uma posição neste sentido.
Em relação à medida, Franciso Turra criticou a postura do governo sul-africano:
– Imaginaram que o Brasil fosse ceder, gostar. Ora, se nós aceitamos, mesmo que seja 1% de antidumping, é porque praticamos dumping. Os negócios são lisos e limpos e o governo tem que estar a nosso lado como está – conclui.
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