O Brasil intensificará os debates sobre o uso de antibióticos durante a Semana Mundial de Conscientização do Uso Prudente de Antimicrobianos, entre esta segunda-feira, dia 14, e a sexta, 18. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Ministério da Saúde e outras instituições do governo federal estão elaborando o Plano Nacional de Ação sobre Resistência aos Antimicrobianos, que deverá ser concluído até maio do ano que vem.
Segundo o coordenador-geral de Inteligência e Estratégia do Mapa, Jorge Caetano Junior, o controle do uso de antimicrobianos é fundamental para a produção animal porque o surgimento de uma eventual resistência a esses produtos pode trazer problemas ao setor.
O Mapa já vem trabalhando há algum tempo para que o setor de produção animal use de maneira prudente antimicrobianos. Baseado em recomendações técnicas internacionais, o ministério restringiu a autorização de diversos desses produtos, como melhoradores de crescimento, considerando o impacto à saúde humana.
Desde 1998, foram proibidas como aditivo as seguintes substâncias antimicrobianas: avoparcina, anfenicóis, tetraciclinas, penicilinas, cefalosporinas, quinolonas e sulfonamidas. Em 2012, as substâncias eritromicina e espiramicina também tiveram o uso com a finalidade de aditivo proibido, considerando a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Problema global
A elaboração do Plano Nacional de Ação sobre Resistência aos Antimicrobianos é um desdobramento do Plano de Ação Global sobre Resistência aos Antimicrobianos. O plano mundial foi aprovado em maio de 2015 passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a participação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A resistência antimicrobiana é um problema mundial com reflexos na saúde humana e animal. Envolve muitos setores e afeta também a economia global, devido à redução da produtividade e ao aumento nos custos dos tratamentos.
O Plano Global sobre a Resistência aos Antimicrobianos visa reduzir a incidência de infecções por meio de saneamento eficiente, medidas de higiene, prevenção de doenças; otimizar o uso de antimicrobianos em saúde humana e animal; e aumentar o investimento na produção de novos medicamentos, vacinas, entre outras ações.
Recentemente, a OIE atualizou as normas dos códigos sanitários para animais terrestres e para animais aquáticos, relacionadas ao uso prudente de antimicrobianos na produção animal. Também elaborou regras para facilitar aos países o emprego de métodos que permitam determinar, de forma adequada, o risco de surgimento ou de propagação da resistência.