Um estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), “Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos de 2014 a 2017” mostra que o Brasil é responsável por produzir 7% de todo o leite do mundo. Os dados foram recolhidos em diversas localidades dos principais estados produtores: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Norte.
Entre 2008 e 2016, o Brasil foi responsável, em média, por 7% da produção mundial de leite, o que o coloca na quinta posição em termos de volume. Os quatro maiores produtores no período foram União Europeia (30,47%), Estados Unidos (19,6%), Índia (12,8%) e China (7,21%) que, junto com a produção brasileira, somam 76% do total. A Rússia, o sexto colocado em termos de média produzida, foi responsável por 6,5% da produção. Os países mais populosos do mundo (China e Índia) foram responsáveis por cerca de 20% da produção leiteira.
A produção mundial aumentou 13,27% no período do estudo, com média anual de crescimento de 1,5%. Dentre os maiores países produtores (Veja tabela abaixo), o que teve maior crescimento foi a Índia, com 45,8% de aumento e um crescimento médio de 5,01% ao ano. Em seguida, a Nova Zelândia, que cresceu 36,23% e obteve crescimento médio anual de 4,03%. O terceiro maior crescimento identificado foi da produção brasileira, que cresceu 21,89%, apresentando crescimento médio de 2,43% ao ano.
No Brasil
No estudo a entidade destacou que é possível observar o lento crescimento da produção brasileira. O pico ocorreu em 2014, quando ultrapassou 35 bilhões de litros de leite. Observa-se a relevância de Minas Gerais, responsável em média por 27% do total de leite produzido no país. Rio Grande do Sul e Paraná apresentam evoluções da produção bem similares. Nota-se um comportamento de redução da produção em Goiás e um aumento em Santa Catarina. Todos com média anual superior a um bilhão de litros.
O rebanho leiteiro de vacas ordenhadas no Brasil teve o seu ponto de máximo em 2011, com 23,2 milhões de cabeças. Nos dois anos seguintes, houve redução do rebanho. Em 2014, houve aumento, atingindo pouco mais de 23 milhões de cabeças. A partir de então, o número de vacas ordenhadas tem diminuído, até atingir o seu ponto de mínimo em 2016, considerando a série analisada, com 19,7 milhões de cabeças.
Ainda de acordo com a publicação, a captação de leite é menor entre abril e junho, porém, praticamente constante durante todo o ano. “O produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo”, explica o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.
Com relação ao comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período analisado, o predomínio de preços acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em números-índices, indica que houve mais perdas do que ganhos reais.
“Em geral, os produtores do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de São Paulo recebem preços melhores do que os das demais Unidades da Federação”, afirma Cleverton. “De acordo com nossa análise, isso ocorre em função das condições de oferta e consumo em cada um desses estados, sendo que os menores preços recebidos foram dos produtores de Rondônia.”
O estudo completo o leite pode ser visto no Portal da Conab. Clique aqui para acessar!