O país da Ásia do leste, apesar de pequeno em área, tem 50 milhões de habitantes e é a 13ª economia do mundo, com grande indústria de alta tecnologia. É o sétimo maior parceiro comercial do Brasil no mundo e o terceiro na Ásia. No entanto, a balança comercial é pesadamente contra o País. O fluxo comercial fechou 2014 em US$ 12,3 bilhões, com déficit de US$ 4,7 bilhões. Este ano, o comércio está em US$ 2,5 bilhões, com déficit de US$ 1,04 bilhão.
O Brasil tenta melhorar a pauta de exportações para o país, e uma das metas é conseguir a liberação da venda de carne suína de Santa Catarina. De acordo com o subsecretário-geral Político II do Itamaraty, embaixador José Alfredo Graça Lima, a Coreia ainda não aceita a chamada regionalização – ou seja, a apresentação de certificados sanitários de uma região apenas, não de todo o país – o que se está tentado reverter. Isso porque a carne de Santa Catarina já tem todas as certificações internacionais exigidas pelos compradores coreanos, mas o mesmo não ocorre com o restante do Brasil.
– Esse produto já está avalizado pelos órgãos internacionais e já é exportado para mercados exigentes como Estados Unidos e Japão – disse o embaixador.
A pauta de exportações brasileira é em mais de 70% concentrada em produtos primários, especialmente minério de ferro, milho, algodão e soja. Do outro lado, quase 100% das exportações sul-coreanas são de manufaturados, incluindo máquinas, automóveis, combustíveis e plásticos.
– É o desafio sempre do Brasil, o de diversificar sua pauta e fazê-lo com maior valor agregado, eventualmente incluindo serviços – afirmou Graça Lima.
Outro ponto que pode entrar na conversa entre as duas presidentes é o regime automotivo brasileiro. A Coreia do Sul foi uma das grandes prejudicadas pelo aumento de 30 pontos porcentuais no IPI dos carros importados, determinado pelo governo em 2011. O país chegou a analisar abrir um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas preferiu esperar o resultado de iniciativa tomada pela União Europeia.
A presidente sul-coreana chega nessa quinta, dia 23, à noite, a Brasília e se reúne com a presidente Dilma na manhã de sexta. Depois de um almoço no Itamaraty, parte para São Paulo, onde tem encontro empresarial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e pela Câmara de Comércio Sul-Coreana. No sábado, tem reunião com representantes da comunidade de coreanos no Brasil, que chega a 50 mil pessoas, a maioria concentrada em São Paulo.