Brasil tem potencial para ser celeiro do mundo, dizem ex-ministros

Fórum Canal Rural discutiu crescimento da produção agrícola nacionalO Brasil é o único país, pelo bioma, condições, biomassa, clima e reserva hídrica, capaz de ter disponibilidade para aumentar o fornecimento de alimentos para o mundo. A afirmação foi do ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Ubabef, Francisco Turra, que participou do Fórum Canal Rural desta sexta, dia 3, na Casa RBS, durante a Expointer.

O evento discutiu a afirmação de que o Brasil vai encabeçar a produção agrícola na próxima década e se firmará como o grande celeiro do mundo, feita pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Até a década de 70, o país, que hoje é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, era basicamente um importador. O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Cirne Lima, 77 anos, assumiu o Ministério da Agricultura entre 1969 e 1973. Ele foi um dos criadores da Embrapa, e acredita que a situação foi invertida através de um forte investimento em produção e tecnologia.

? Tomando a fundação da Embrapa em 1973 como marco, o Brasil, de 1970 para cá, expandiu sua fronteira agrícola. Ela era a grande palavra na década, mas precisava de tecnologia para a utilização de solos do cerrado e consequente expansão.

Segundo dados da Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil exportou US$ 61,4 bilhões em produtos agropecuários em 2008, perdendo para os norte-americanos, que venderam quase US$ 140 bilhões ? mais do que o dobro. Apesar de ainda estar longe de ser o celeiro do mundo, representantes do setor acreditam na estimativa da FAO.

Para o secretário da Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, que representou o ministro da Agricultura Wagner Rossi durante o evento, além do potencial brasileiro é preciso uma parceria entre os setores:

? O que precisa ser feito de forma muito forte é uma integração entre setor produtor, indústria e governo, para que a gente possa na verdade ter uma ação única em defesa dos interesses de todos eles.