A demografia cria uma demanda futura firme para produtos cuja competitividade é elevada no Brasil, mas o próprio governo vê entraves para que o país aproveite ao máximo essa oportunidade. Em visita ao Congresso no mês passado, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu uma estratégia integrada de apoio à pecuária.
Ele diagnosticou uma capacidade ociosa nos frigoríficos que não condiz com o aumento da oferta de proteína para atender à demanda externa.
? Precisamos fomentar a pequena pecuária para que ela possa aumentar a produtividade. Isso requer programas de expansão de matrizes, de recuperação de pastagens e um programa fitossanitário para escapar das barreiras ? avalia Coutinho.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), para alcançar o ritmo de aumento do consumo de carnes em países como China, Índia e Brasil, será preciso elevar a oferta dos atuais 228 milhões para 463 milhões de toneladas anuais até 2050. Nesse processo, o rebanho de bovinos saltará de 1,5 bilhão para 2,6 bilhões.