? Falamos de ativos e não de negócios [marca]. Já no exterior estamos ativos. Acabamos de comprar uma empresa na Argentina. Vemos que o país tem muito potencial em aves e queremos fazer parte disso ? ressaltou o presidente da BRF.
Questionado sobre como está o processo da alienação do bloco de ativos por imposição do Cade, Fay disse que está em momento de estudos por parte dos interessados para elaboração de ofertas.
? É um processo normal de M&A [fusão e aquisição]. Hoje estamos na fase em que os interessados assinam um acordo de confidencialidade para estudar a companhia e fazer a sua oferta. Nós sabemos o quanto os ativos valem, mas as empresas têm que fazer sua avaliação ? completou, citando que dentre os interessados estão empresas brasileiras e estrangeiras.
Rússia
O presidente da BRF afirmou também que o governo brasileiro não está tão passivo com relação à proteção da produção nacional de alimentos e à imposição de barreiras e citou as negociações do governo com a Rússia.
? Com a Rússia, o governo tem lutado conosco há tempos, é uma luta difícil, as barreiras estão difíceis de ultrapassar ? declarou.
Para ele, negociações com mercados compradores precisam ter o apoio do Ministério das Relações Exteriores.
Nesta terça, dia 25, o secretário de Defesa Econômica do Ministério, Francisco Jardim, admitiu que um grupo de empresários brasileiros foi à Rússia para tentar ajudar a reverter o embargo russo que perdura há mais de 120 dias. A BRF estava entre eles, confirmou Fay.
? Temos dois principais motivos para que o embargo esteja demorando para ser revertido. Tem a questão da inclusão do país na Organização Mundial do Comércio (OMC), que na verdade são coisas diferentes, mas que a Rússia está colocando dentro de um pacote só. E a outra é que o país está internamente subsidiando sua produção de alimentos. Tanto que ela quer ser autossuficiente em aves e suínos em até 2020. Estamos vivendo um momento de protecionismo da Rússia ? afirmou.
Saiba mais sobre o embargo russo: