Cade informa que atualmente existem oito fusões de empresas frigoríficas em análise no país

Em audiência na Câmara nesta terça, o presidente do Grupo JBS afirmou que processo de consolidação no setor está longe de ser considerado monopólioO representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Lauri Henriksen, disse nesta terça, dia 7, em audiência para discutir a concentração no setor de frigoríficos, na Câmara dos Deputados, que existem atualmente oito fusões em análise de empresas do setor. Segundo ele, 10 operações já passaram pelo crivo do Cade.

Ele relata que o órgão está analisando três operações de compra do JBS, no Acre, em Rondônia e em Mato Grosso, que foram congeladas até que seja feita uma análise mais profunda. Na fase atual os técnicos estão realizando estudo setorial, com mapeamento da cadeia produtiva e do movimento de mudança estrutural, para ter uma visão ampla do setor quanto aos seus aspectos competitivos.

Durante o encontro, que reuniu representantes dos frigoríficos, produtores rurais, supermercados e parlamentares, ficou decidido que será criado um Conselho em busca de uma solução para o impacto da concentração do setor sobre os preços pagos aos criadores.

– Sem dúvida nenhuma o diálogo é a única forma de você chegar a um consenso em qualquer coisa – disse o presidente do Grupo JBS, Wesley Batista. Segundo ele, a criação de um conselho é um grande passo e vai identificar um índice de preço.

JBS nega concentração no setor

O presidente do Grupo JBS disse nesta terça, durante a audiência, que existe um processo de consolidação no setor, mas que está longe de ser um monopólio.

– Quando olhamos do lado da JBS não achamos mercado concentrado – disse o executivo.

Em sua explanação, Batista citou dados sobre o setor frigorífico no Brasil, apontando que existem 1,5 mil abatedouros, enquanto o JBS tem apenas 45 plantas. Segundo ele, no ano passado o JBS abateu menos de 6 milhões de cabeças de bovinos, ante mais de 40 milhões de cabeças abatidas em todo País.

O presidente do grupo descartou restrições à concorrência e afirmou que existem mais de 100 frigoríficos fechados no Brasil, que podem ser abertos em apenas uma semana, “sem necessidade de dinheiro, apenas comprando boi a prazo e vendendo carne à vista”.