Sem ter a mesma organização de outras cadeias produtivas, como a da soja e a do algodão, a pecuária leiteira de Mato Grosso vive uma realidade distante do potencial que o setor afirma ter. Atualmente, o Estado é apenas o 10º maior produtor do país. Para mudar este cenário e fazer com que o leite que é produzido no local passe a ocupar as primeiras posições no ranking nacional, é preciso superar algumas barreiras, como a própria falta de organização e o baixo nível de conhecimento técnico encontrado na maioria das propriedades produtoras.
Segundo um estudo realizado pela Famato, mais de 80% dos produtores não possuem assistência técnica. Deste modo, há um déficit de conhecimento sobre manejo, nutrição, sanidade e gestão. Ainda assim, o Estado produz anualmente 700 milhões de litros. O presidente da Associação dos Produtores de Leite (Aproleite), Alessandro Casado, acredita que, em pouco tempo, vai ser possível triplicar o volume, contanto que sejam vencidos os obstáculos.
A realização de encontros técnicos é um dos caminhos apontados para ampliar o conhecimento dos produtores. No Dia de Campo realizado no Estado, os pecuaristas aprenderam um pouco sobre o cenário da cadeia produtiva, nutrição e uso de silagem, qualidade do leite e procedimentos de higiene durante a ordenha. Também ouviram explicações sobre o gerenciamento da atividade e a importância de dar atenção às pequenas despesas, que podem fazer grande diferença no fechamento das contas.
O diretor-presidente da Coopnoroeste, Ademar Furtado, também participou do encontro e reforça a expectativa com o futuro da atividade no Estado, mas faz alerta e diz que, além da organização do setor, é preciso reduzir a importação do leite vindo de países como o Uruguai e Argentina, que provocam queda nos preços mesmo em épocas de alta, como na entressafra.