Câmara Setorial do Leite do RS pede manutenção do limite de importações do produto da Argentina

Produtores pedem que seja mantido o limite de 3,3 mil toneladas mês o volume de exportações de leite em pó do país vizinhoA cadeia produtiva do leite do Rio Grande do Sul está solicitando ao Governo Federal que mantenha limitado em 3,3 mil toneladas mês o volume de exportações de leite em pó da Argentina para o Brasil. A posição foi reafirmada, nesta segunda, dia 10, em reunião da Câmara Setorial do Leite, realizada na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, em Porto Alegre

Brasil e Argentina mantém, desde 2009, um acordo com o país vizinho, que estabelece aquele limite, renovado em 2010 e que vigorou até o final de setembro deste ano. A negociação para reeditá-lo, no momento, está num impasse, já que os argentinos querem elevar a cota 5,4 mil toneladas mês.

O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, afirma que a produção brasileira é suficiente para atender a demanda local e que ampliar as importações deste produto pode prejudicar especialmente os produtores.

? Com o real valorizado, os importados chegam aqui com preço abaixo do nosso custo de produção ? explica o secretário.

Além disso, destaca Mainardi, este diferencial de preço pode inviabilizar um setor que tem crescido acima dos 5% ao ano.

? O benefício que poderíamos colher em termos de uma eventual redução na inflação, será destruído pelo impacto social negativo junto aos pequenos produtores rurais, às indústrias e consequentemente aos municípios ? acrescenta.

Após destacar que o Estado possui 120 mil produtores de leite e 232 estabelecimento de laticínios, Luiz Fernando Mainardi anunciou que se empenhará junto aos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para que a reivindicação seja atendida.