? A pecuária que desmatou é aquela que foi praticada na Amazônia. Ali, na questão da abertura das fronteiras agrícolas, estimulada pelo próprio governo, você não tinha como formar o pasto sem derrubar. Então, ficou aquela imagem de que a pecuária derruba árvores. Mas quando a atividade se estabiliza e já é uma prática de muitas décadas, você começa perceber que pode muito bem haver muita harmonia. Você vê fazendas com tamanduás, bichos voltando, o pasto bem manejado. É essa a pecuária que a ABCZ está defendendo ? explica o superintendente de marketing da associação, João Gilberto Bento.
Ele explica que a grande bandeira hoje é a recuperação da pastagem degradada. É neste contexto que entra esta campanha, que, segundo Bento, gerará melhor desempenho do gado. Ele acrescenta ainda que os consumidores devem perceber que os pecuaristas estão indo além do que manda a legislação, “com uma atividade moderna e sustentável”.
? A ideia de recuperar pastagem e ao mesmo tempo preservar as árvores é muito importante. Claro que nós sabemos que isso não é simples. Muitas pastagens foram abertas com correntão, de forma que não sobraram árvores. Mas já há pesquisas e mecanismos em que se pode gradualmente recompor ? afirma.
O pecuarista Claudio Sabino adaptou sua fazenda à prática sustentável As árvores que planta são protegidas por cercas elétricas até se desenvolverem.
? É um trabalho que acaba sendo gostoso. A gente fez muitas coisas erradas no passado e agora está na hora de pagar os pecados. Nós chegamos a um momento crítico, em que querem culpar o produtor rural (pelos problemas ambientais) ? diz Sabino.
O investimento de Sabino com o plantio de árvores chega a R$ 15 mil por ano.
? Mesmo as árvores exóticas são muito importantes, porque elas crescem rápido. Eu gosto de tudo. Eucalipto, pinus, fícus, frutíferas e de plantas nativas também. O gado, quando está na sombra de uma árvore, é a mesma coisa que a gente estar no ar condicionado ? complementa.