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Para Carolina Galvani, gerente sênior de campanhas de animais de produção na HSI Brasil, o exemplo do Canadá prova que a transição é possível e economicamente viável mesmo a curto prazo.
– No Brasil, uma pesquisa conduzida pelo Instituto Akatu em 2012 revelou que 87% dos consumidores optariam por produtos que não envolveram sofrimento animal na produção, se tivessem a escolha. A ciência mostra que as gaiolas de gestação resultam em uma maior probabilidade dos animais vivenciarem tédio, frustração, trauma psicológico e outros problemas de saúde, como infecções urinárias e claudicações. Ambos os fatos, se analisados de forma conjunta, sugerem que varejistas e produtores brasileiros poderiam se beneficiar com a adoção de sistemas de produção sem gaiolas de gestação – diz.
As gaiolas de gestação tradicionais geralmente são de um tamanho no qual o animal cabe porém não consegue movimentar-se. As matrizes ficam assim confinadas no período de gestação, depois passam para gaiolas de parição, seguindo em um ciclo de confinamento durante praticamente toda sua vida. Os sistemas alternativos propõem alojar matrizes em grupo, permitindo maior liberdade de movimentação para os animais.
Desde 2012, mais de 60 grandes empresas do setor alimentício se comprometeram publicamente a eliminar o uso de gaiolas de gestação em suas cadeias de fornecimento nos EUA. Produtores suínos de peso no cenário internacional – como Smithfield Foods, Cargill, Hormel e Tyson Foods – também anunciaram recentemente planos de abandonar o uso do sistema. O confinamento contínuo em gaiolas de gestação já foi proibido em nove estados norte-americanos e em toda a União Europeia. Na Nova Zelândia e na Austrália, a prática de confinar matrizes suínas em gaiolas de gestação será abandonada em 2015 e 2017, respectivamente.