A maior redução frente a 2010, de 14%, ocorreu novamente em Goiás – em 2010, o Índice de Captação do Estado havia recuado 9% sobre o de 2009. Segundo agentes de mercado consultados pelo Cepea, em algumas regiões, a produção leiteira tem forte competição, principalmente, com a cana-de-açúcar, o que fez com que muitos produtores saíssem da atividade pecuária.
Em São Paulo, houve redução de 4,3% e, em Minas Gerais, de 2,8%. Algumas regiões do Estado paulista já apresentam, há alguns anos, decréscimos na produção de leite, dada a competição por área com outras atividades. Além disso, de forma geral, o recuo na captação indica certo desestímulo por parte de produtores – vale ressaltar que, principalmente no primeiro semestre de 2011, os custos de produção estiveram em patamares elevados.
No Rio Grande do Sul, a produção foi prejudicada por fatores climáticos durante a safra de inverno e no final do ano passado; desta forma, houve redução de cerca de 3% na comparação com a captação média diária de 2010. De novembro para dezembro, especificamente, o Índice de Captação de Leite do Cepea recuou 0,4%.
Apesar de o período ser oficialmente de safra, a queda na captação registrada no Sul do país por causa da estiagem impediu o avanço do ICAP-Leite. Houve diminuição de 2,6% no volume captado no Sul, sendo que a redução mais expressiva, de 3,7%, foi verificada no Rio Grande do Sul.
Em algumas regiões, segundo agentes consultados pelo Cepea, a reserva de silagem amenizou a queda da produção leiteira. Entretanto, há preocupações com o estoque de alimentos para os próximos meses, principalmente em função das perdas nas lavouras de milho, devido à falta de chuvas.