O mercado de carne bovina, enfim, respirou. Além de registrar a segunda semana de alta no atacado, a valorização acumulada nos últimos sete dias não era vista há tempos, segundo analistas da Scot Consultoria. Em média, os produtos ficaram 1,63% mais caros.
Além disso, pela primeira vez, desde outubro de 2016, o preço atual é maior no comparativo semanal.
Certamente, a combinação entre a redução recente no volume de boiadas negociadas, menos dias de abate e melhora nas vendas do feriado tornaram o cenário possível. O comportamento altista foi puxado fortemente pelos cortes de dianteiro, quando o esperado para as altas de começo de mês é a valorização maior da carne de traseiro, de maior valor agregado e maior elasticidade renda.
As margens das indústrias cresceram e registram 24,3%, dez pontos percentuais acima do registrado há um ano. Para os frigoríficos, apesar da clara dificuldade de se vender e de estarem operando com ociosidade considerável, por enquanto, não há motivo para reclamar em 2017. A diferença entre a receita e o que se paga pela arroba está dois ou três pontos percentuais acima da média histórica.
A arroba em queda vinha ajudando no resultado das indústrias e agora foi a vez da carne.
Para a Scot, o entrave para se pagar mais pela arroba está no giro do estoque. É preciso que o escoamento ocorra mais rápido para que os compradores intensifiquem os negócios com boi gordo, já que fôlego por melhores pagamentos existem.