As exportações brasileiras de carne bovina recuaram 25,63% em abril na comparação com março, para 93 mil toneladas, segundo dados da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O recuo nas vendas, conforme a entidade, foi um reflexo da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em 17 de março.
“O resultado verificado em abril era esperado, já que a operação da Polícia Federal gerou uma série de indefinições nos prazos de reabertura de alguns mercados. Diante disso, produtores agiram com mais cautela, comprando menos gado, suspendendo abates e embarcando quantidades menores de carne bovina”, informa Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, em comunicado.
As vendas externas geraram um faturamento de US$ 378 milhões, queda de 24,6% ante março. Apesar disso, em igual comparação, os preços tiveram um incremento de 1,38%. “Muito se especulou que a carne bovina brasileira sofreria uma forte desvalorização com a repercussão da operação policial em frigoríficos, mas conseguimos fazer com que os preços fossem mantidos ou até mesmo subissem”, relata Camardelli. Segundo ele, em maio o setor deve se recuperar e as exportações vão retomar o nível de março, quando foi registrado resultado recorde com alta de 22% em faturamento e de 20% em volume.
Hong Kong, China e União Europeia foram os que mais importaram carne bovina do Brasil, com retração do volume e do faturamento. Hong Kong, apesar de ser o que mais importou, teve um recuo de 2% na comparação com o mês anterior. Em contrapartida, o Egito se destacou entre os países para os quais o Brasil aumentou suas exportações em abril, com alta de 60% em faturamento e 54% no volume exportado.
No período, a carne in natura se manteve como categoria mais exportada, seguida por miúdos e industrializadas. Sua comercialização para outros países gerou um faturamento de US$ 293 milhões, com embarque de mais de 70 mil toneladas, uma queda 27% em faturamento e 29% em volume.
EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA PELO BRASIL | |||
Posição | País/região | Faturamento em US$ (abril/2017) | Volume em t (abril/2017) |
1 | Hong Kong | 98.596.300,84 | 26.653,32 |
2 | China | 52.255.428,69 | 11.971,49 |
3 | União Europeia | 37.606.194,09 | 5.978,65 |
4 | Rússia | 34.396.203,41 | 10.284,57 |
5 | EUA | 31.576.770,75 | 5.000,59 |
6 | Egito | 23.222.032,68 | 6.817,37 |
7 | Irã | 17.970.118,18 | 4.653,15 |
8 | Arábia Saudita | 17.358.365,67 | 4.045,38 |
9 | Chile | 14.558.085,43 | 3.412,01 |
10 | Cingapura | 5.731.565,85 | 1.389,35 |
CATEGORIAS | |||
1 | In natura | 292.640.296,40 | 70.207,30 |
2 | Miúdos | 41.824.908,71 | 14.739,73 |
3 | Industrializada | 36.792.782,35 | 6.101,93 |
4 | Tripas | 5.179.889,92 | 1.706,12 |
5 | Salgada | 1.914.018,56 | 371,59 |
Fonte:Abiec