? O confinamento consiste em manter os animais em piquetes ou currais, onde recebem ração e água. Adotado em Minas Gerais há cerca de 30 anos, o sistema substitui a estocagem de carne congelada, que era mantida pelo governo federal em décadas passadas, na entressafra do boi ? explica o coordenador estadual de Bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires.
Segundo Ávila Pires, o número de bois confinados em Minas Gerais equivale a cerca de 7% do total registrado no país nas mesmas condições.
? Levantamento realizado pela Emater mostra que o custo da engorda do gado confinado em Minas Gerais, no período de 70 dias, foi de R$ 70 por arroba, enquanto a cotação do produto no Estado está próxima de R$ 100 a arroba ? acrescenta.
Ávila Pires observa que as vendas atuais ajudam na recomposição da renda do produtor diante da redução do preço da carne bovina. No primeiro trimestre de 2011, a cotação do produto, no Estado, alcançou R$ 100 e no segundo trimestre o preço caiu por causa da grande oferta de bois.
? O mercado começou a mostrar recuperação com o início do período de frio e pastos secos, um cenário marcado pela menor oferta de carne ? ressalta o coordenador.
Ele ainda observa que os pecuaristas mineiros têm a expectativa de boas condições para prosseguir com a engorda dos bois, agora com a previsão de uma safra, no Estado, de 6,4 milhões de toneladas de milho, volume cerca de 6% superior ao registrado no ano passado. Ávila Pires enfatiza que o grão responde por 80% da composição da ração para o gado confinado.
Pecuária forte
Minas Gerais, segundo maior rebanho bovino do país, atrás do Mato Grosso, tem 22,4 milhões de cabeças ou 10,9% do total brasileiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa para este ano é de uma produção de um milhão de toneladas de carne bovina no Estado, em função do abate anual de 20% do rebanho, de acordo com cálculos de Ávila Pires.