Em Cláudia, no norte matogrossense, foi montado um posto de observação em uma propriedade que registra a ocorrência da anomalia desde novembro, para analisar o desenvolvimento das plantas.
? A nossa esperança nessa safra é coletar dados para que a gente possa direcionar nossas pesquisas. Não é uma boa notícia para os produtores que estão com a cultura hoje no campo, mas temos esperança que, com estes campos de observação, a gente consiga delinear um encaminhamento das pesquisas para a próxima safra ? Edson Hirosi, pesquisador da Embrapa.
A proprietária da área, Roseli Muniz, que também é especialista em doenças da soja, afirma que a maior preocupação é encontrar os fatores causadores da soja louca dois. Os sintomas, segundo ela, são bem claros.
? O principal sintoma é esse afilamento no topo da planta de soja. É um filamento da folha. Ocorre um enrugamento da folha, um engrossamento da nervura. A folha fica com um verde mais intenso e há uma retenção foliar, ou seja, a planta não completa seu ciclo, e a principal perda de rendimento é o abortamento das folhas e vagens. Resumindo, a planta fica estéril ? explicou a produtora.
Os prejuízos ainda não podem ser quantificados, pois o cálculo só poderá ser feito após a colheita.
? Estamos fazendo o monitoramento das áreas. São mais talhões que tem apresentado o sintoma e ainda não podemos saber o que tem afetado essas plantas, causando a esterilidade ? diz Roseli.
Em algumas áreas afetadas, entretanto, as plantas voltaram ao normal. Em decorrência disso, técnicos da Embrapa não confirmam que os casos sejam realmente de soja louca II.
? Não podemos afirmar que é soja louca II, por isso é preciso monitoramento. Assim como na ferrugem asiática, o monitoramento é a palavra chave. Monitore, acompanhe, vistorie. Esta é a palavra chave ao produtor ? garantiu Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja.