A recepção gaúcha aos equinos foi feita pela presidente da Hípica, Maria Luísa Amodeo Daiello. Segundo ela, foi uma manhã divertida no aeroporto. Para recebê-los, foram montadas baias de nove metros quadrados, com feno e água. Quando os animais desembarcaram, o circo estava armado.
– Chegaram a Porto Alegre pontualmente às 7h35min. Estavam em caixas com duas janelinhas, tipo um contêiner, e supertranquilos – afirmou Maria Luísa, anfitriã do The Best Jump.
A viagem, desde Frankfurt, na Alemanha, durou 14 horas. A primeira escala foi em Dacar, no Senegal. Depois, uma parada no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e uma esticada até o sul do país. Na chegada, além de Maria Luísa, também aguardava Jarbas Castro Jr., veterinário da Hípica. Conforme ele, o transporte diferenciado viabilizou a vinda dos animais, porque uma viagem de caminhão desde São Paulo seria muito desgastante, ainda mais nas estradas brasileiras, com curvas e desníveis.
– São atletas de alto rendimento e precisam ser tratados como tal – afirma o veterinário.
Ainda de acordo com Castro Jr., assim como no futebol é normal fretar um voo para os jogos mais distantes da sede do clube, o cuidado com os animais deve ser prioridade em concursos de hipismo. Além de problemas de queda de rendimento, que o veterinário considera o menor deles, o grande vilão das viagens demoradas é o estresse. O cansaço físico e psicológico pode desencadear uma queda da imunidade.
– Não é incomum que cheguem aqui com infecções respiratórias, após longos trajetos, por causa das diferentes temperaturas e altitudes por que passam no caminho – ressalta Castro Jr., que fez a primeira checagem dos animais, logo na chegada ao aeroporto.
Logo após a aterrissagem, os animais ainda passaram por inspeção sanitária e vistoria da Receita Federal. Liberados, o rumo foi a Hípica, onde os animais competirão até domingo.
A vinda dos 11 cavalos só foi possível graças a uma operação logística envolvendo os organizadores do The Best Jump, a Infraero e a Lufthansa. A aeronave, com capacidade normal de 90 toneladas de carga, foi especialmente configurada para atender às condições operacionais do aeroporto.
Conforme Maria Luísa, isso representa o fim de uma barreira para competições de hipismo no Sul do país:
– Abre uma porta para fazermos concursos maiores, já que antes os animais precisavam vir de São Paulo a Porto Alegre de caminhão, o que é muito desgastante – concluiu.
O campeonato
The Best Jump oferecerá R$ 550 mil em prêmios e é promovido pela Federação Gaúcha de Esportes Equestres (FGEE), em parceria com a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e a Federação Equestre Internacional (FEI).
O concurso começa nesta quarta e se prolonga até domingo, na Sociedade Hípica Porto Alegrense. A entrada é franca e há praça de alimentação no local.
No evento, estarão reunidos cavaleiros e amazonas de Brasil, Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Venezuela, Costa Rica, Equador, Alemanha, Bélgica e França.